A Historia da Bomba no Palácio
A chuva ascendia sobre a cidade, Benedito, pedreiro, com sua sacola de trabalho seguiu à parada na praça da Bandeira, lá chegando encontrou Raimundo. E juntos reclamavam da situação.
- Ei meu amigo, como você está? Dizia Benedito para Raimundo, que de imediato falou:
- Tá ruim cara. Além de está desempregado, o governo não tem o que fazer e parcelou o pagamento de minha filha.
- rapaz, nem te invejo, a presidenta tá louca, ela toda enrolada, resolveu agora pagar o décimo dos aposentados parcelado e como se não bastasse. A rádio cipó comenta, que o a onça vai visitar alguns de nós. Amanhã vai sair a relação dos que irão pra rua, com a intenção de reduzir o custo da empresa. Isso não é um absurdo rapaz?
- verdade. Pagamos tanto imposto e trabalhamos ganhando uma miséria e nem temos direito de dormir em paz.
- amigo o problema é esse, enquanto a gente trabalha ralando as mãos, os pés e a alma lá em Brasília se discute o que não fazer. Se discute quando matar pra não morrer.
- É uma roubalheira só. É corrupção, sonegação e tantos apadrinhamentos, que a gente fica na mão.
- Não discordo, no fim de tudo a gente paga o pato. Eles pintam e bordam e na hora de pagar , quem paga somos todos nós.
- É primo, vamos beber ali no bar do Sarney.
Assim os dois seguiram para o bar. Beberam, reclamaram e choraram a noite toda, que no caminho pra parada perderam o ônibus e o rumo de casa. Raimundo de tão cansado pela parada ficou. Já Benedito, atravessou a avenida e foi verter água, pensando ser um poste, que na verdade era um orelhão da Telecom, vencido pelo cansaço, após o uso se assentou, deitou e rolou na grama até adormecer.
Lá pelas cinco da manhã acordou ainda meio atordoado. Se preocupou tanto com Raimundo, que não via a dimensão do local onde estava emborcado. Dessa forma atravessou a rua de volta e se dirigiu a parada. Mas quando lá chegou percebeu que o seu co autor já não estava mais.
Olhando pra frente viu que vinha surgindo a primeira condução daquele horário e que servia a ele. De imediato pulou no ônibus e foi-se, sem se dar conta da mochila de trabalho, que na grama ficou.
Lá pelas oito horas da manhã, quando o soldado, de frente para o palácio do Setentrião resolveu hastear a bandeira deparou com uma das funcionárias do palácio do governo vindo correndo, com o desespero estampado na face. Pensando ter sido um assalto o soldado foi ao encontro da moça, com a arma em punho, com a finalidade de socorrer e já repulsar o meliante.
Acontece que quando os dois se encontraram a moça, frente desfalecendo dizia:
- Uma bom...! E desmaiou.
Quando o soldado percebeu exposto na grama, diante do palácio uma mochila, se desesperou e pensou ser uma bomba. Imediatamente, tomado de assalto por todo o ocorrido e uma mente assustada por tanta notícia infeliz na tv, chamou a guarnição do palácio e disse:
- Uma bommmba. Os três cada um em seu pensamento dado ao interesse se preocupou em ligar pro quartel e seguir orientações para salvaguardar a segurança do governador e da população, que ia de fechar as ruas e impedir que o governador viesse ao palácio.
Quando caiu na boca do povo, WhatsApps, mensagens e telefonemas congestionavam as empresas, mas a mensagem era transmitida do jeito que dava e assim as tvs locais tomaram conta do circo, que ficou cinco horas, conhecido como inferno.
Ambulância foi chamada pra socorrer a moça que desmaiou e pessoas que nas imediações correligionárias do governo passavam mal chorando ou se indignando com uma situação tão insana.
Uns diziam que era um absurdo, outros loucura e muitos riam-se a toa do circo, que se formou.
Depois de quase seis horas de tensão e pensamentos aflitos e bizônios acerca da situação o esquadrão anti bomba chegou e cautelosamente, sob os olhos atentos dos curiosos foi gradativamente, gradativamente ao local e ao tocar o objeto sentindo-se mais seguros foram abrindo a mochila e constataram, que só havia um serrote, arco de plumo, colher de pedreiro e lápis. Chegando a conclusão final de que o dono esquecera a sua mochila de trabalho numa noite de embriagues.