Estava no mirante da alta torre da mesquita olhando o mundo quando avistei numa janela longínqua uma mulher a sacudir um pano de pó. E sem querer dei por mim a perguntar como se manifestaria Allah naquela mulher. Ele que está em tudo e em todo o lado, como se manifestaria num simples gesto de sacudir o pó. E depois percorri o mundo a imaginar como Allah se manifesta ou se encontra. Imaginei Deus na Grécia com os problemas com que esta se encontra. Imaginei-o na Síria diante de decapitações e mortes sem sentido. Imaginei-o na China com o seu poderio econômico, na potência dos Estados Unidos da América, na Amazônia junto dos índios. Percorri meio mundo com o pensamento à procura de Allah. E procurei-o num hospital, numa morgue, numa biblioteca, numa sala de aulas, num café. Sei, de coração, que Ele estava lá. Mas como fui eu que o tentei colocar lá na minha forma de o encaixar, então não o vi. É que Ele não cabe na forma como eu queria, mas num tudo que não entendo. Obrigado, Allah Ar-Rahman,, por não me deixares encaixar-te ou encaixotar-te.