Uma Rosa para Berlim - Fugindo de Bonn

Pétula conduz o veículo até uma região pobre da cidade e então para em uma

casa abandonada. O soldado desce e Pétula se despede dele. Não entendo , mas

ela continua a conduzir o veículo até um caminhãozinho abandonado.

- trocando de veículo ! - grita Pétula chegando até a carroceria - sabia que em algum

momento teríamos que usar este veículo. E gráças a vocês o estouro não foi a fren

te pois, eu e o klugg estariamos presos nessa hora.

- onde ele foi ? - pergunto pulando do veículo.

- pegar o dinheiro que juntamos e sair do país !

- confia nele ? - pergunta Erna meio desconfiada.

- se fizer isso eu o mato ! - disse Pétula rindo.

- É melhór nos precavermos ! - disse Marija descarregando as armas e munição.

Pego minha submetralhadora e farta munição e todas fazem o mesmo. Vejo os

olhos de Pétula se apagarem por instantes e a vejo pegar nas armas e retirar do

caminhão. Retiramo as armas que não passa de uma submetralhadora para cada

uma de nós, uma pistola para cada e um morteiro. Este deixamos no caminhão

pois, o silêncio da madrugada de 24 para 25 de setembro é quebrado por barulbo

de motocicletas chegando , seguidas de outros veículos militares. Pego as grana

das e coloco no colo de Marija. Pétula aponta uma pedreira próxima e corremos

para ela. Nos escondemos no mato com as armas preparadas. Vemos o amigo

de Pétula chegar de moto e ir até o caminhão e gritar :

- falei que deveríamos dar mais corda e...- olha para os lados - não acham que elas

são surdas, acham ?

- são quatro vadias e não irão longe, Klugg ! E o dinheiro está conosco ! - disse um

sargento apontando para onde estamos - devem estar naquela direção...

Pétula descarrega a arma derrubando uns quatro e seu amigo. Os outros correm

e atiramos neles. Pegamos mais três e o resto embarcam nos veículos e saem de ré

sob chuva de tiros. Ao desaparecerem , nos erguemos com muito cuidado e nos

dirigimos para o local dos alvejados. Todos mortos ! Não há o que fazer. Então

pegamos as armas e munição deles e saimos pela estrada à fora junto ao mato.

Andamos com o maiór cuidado e encontramos um caminhão de carga perto de

um paiól e Erna vai e consegue abrí-lo com grosseria, o arrombando. Ficamos

caladas para ver se aparece alguém. Não apareceu e Erna entra e faz ligação

direta. Pétula entra com ela e eu e Marija entramos na carroceria com toldo azul.

Seguimos noite à dentro até um sítio onde Pétula para ao lado do casebre.

- É aqui que vamos ficar ! - disse ela olhando em volta - nem Klugg sabia dele.

Fico mais relaxada e a sigo. Entramos e ela acende umas lamparinas e vemos um

lugar bem simples. Pouca mobília e velha. Ela nos leva para um amplo quarto com

tapete. Aponta e fala :

Arrumem o lugar para dormir que vou sumir com o veículo ! - e se retira.

Passamos a olhar toda a casa que tem : 1quarto, sala e cozinha e banheiro. Colo

camos nossas armas no chão e Marija aparece com uma vassoura e varre o tapete.

Pétula chega logo depois e revira um guarda-comida à procura de algo e nada

encontra. Olha toda a casa e então fala :

- Tem um armazém próximo e teremos que comprar algo pela manhã.

- E o que faremos depois? - pergunta Erna se deitando e se esticando toda.

- Teremos que chegar o mais próximo de Dachau possível e Pétula decide o que

fará da vida dela ! - falo me deitando.

- Seguirei com vocês pois, agora estou ferrada. - disse Pétula se sentando.

- Estamos meia perdidas , garota ! - disse Marija abrindo a janela - É perigoso andar

com nós três !

- É perigoso eu ficar por aqui ! - rebate Pétula rindo - agora vão ter que me aturar !

Eu fico calada e Marija sorri e fecha a janela.

Nos arrumamos ficando bem juntinhas para que uma esquente a outra pois, o tem

po mudou e começa a esfriar. As primeiras horas do dia 25 de setembro de 1940

Segue tranquila e nós ficamos caladas e todas dormimos.