Uma Rosa para Berlim - Fuga de Londres
As duas me olham espantadas. Marija se aproxima de mim me tocando.
- Mentira ! Falaram o mesmo de mim para Erna ! Testaram ela.
- Só disse o que sabia sobre o aue você me disse e sobre seu tio. Me deram um ta
pinha e me ameaçaram. Perguntaram sobre as tatuagens e me trouxeram devolta.
Marija estava aqui deitada e calma e me disse aue não falou nada.
- E não disse nada do que vocês sabem !- disse Marija se defendendo - colocaram
até uma arma na minha cabeça e apertaram o gatilho para falar.
- Então foi tudo pressão para entregarmos o que sabíamos - Falo começando a rir -
Só aue ninguém sabe de nada !
- O quê devem ter feito com os militares ? - pergunta Erna.
- É melhor irem dormir ! - gritou o sargento que fala alemão - Amanhã o dia será
longo para vocês.
E se retira. As luzes se apagam e vamos para cama. Mal consigo dormir mas, aca
bo pegando no sono .
Barulho nas barras de ferro e nos acordam. Levanto e minhas amigas fazem o mesmo. Vamos para o banheiro e tomamos banho. Pouco depois somos levadas
para o refeitório onde fazemos o desjenum. A seguir somos retiradas do presidio
e levadas para um lugar estranho com muitos militares. Vejo muitos mapas da Ale
manha e muita conversa entre eles. Vejo que tem um pequeno aeroporto ao lado
com um avião à postos. O oficial que me torturou chega ao nosso lado e sorri.
- Pensando algo ?
Balanço a cabeça negativamente enquanto vejo o avião ligar o motor. Abaixo a
cabeça e vejo a arma dele posta inadequadamente na cintura. Olho para fora e vejo
apenas quatro soldados bem à vontade. Olho o corredor que dá para a porta e o ve
jo só com os dois soldados que nos trouxeram. Olho para o oficial que olha para
trás e puxo a arma dele disparando na barriga dele. Com o disparo os dois soldados
viram para mim e disparo alvejando os dois. Marija e Erna correm e pegam os fuziis
deles e corremos para a pista disparando contra os sentinelas. Os quatro caem e
chegamos no avião aue tem a portinha aberta. Entramos e Erna vai até o piloto.
O avião tem uma metralhadora de defesa na primeira janela e eu a seguro, e Marija
vai para a cabine do piloto. Não sei o que fazem com o piloto mas, está dando certo
pois, começa a levantar vôo. Abro fogo contra o angar e contra o depósito das ar
mas impedindo os soldados se armarem. Enquanto o avião sobe, estraçalho todo
o lugar com a metralgadora . Já estamos no ar e corro para a cabine. Vejo Erna
com a arma na têmpora do piloto e então volto para meu posto. Uns caças tentam
se aproximar e abro fogo. Então parece desistirem e eu fico mais tranquila.
O avião segue para a Alemanha e pouco depois entra no espaço aéreo e é seguido.
Erna passa um rádio para a torre avisando do ocorrido.
- Operação Paris abortada e conselho com ingleses. Fugimos e queremos pousar.
- Permissão dada. Deverá pousar e ficar no avião.
- Obedecerei as ordens.
Então o avião pousa e somos cercadas por tropas. Entram no avião e prendem o
piloto e nos levam para identificação. Fazemos um relatório e passamos o dia 3
respondendo perguntas e anotando posição no mapa. Ao final do dia tomamos ba
nho e depois jantamos. Nos levam até nosso alojamento.
Passamos as últimas horas do dia 3/9/40 relaxadas e caladas. Nenhuma pala
vra, apenas descanso. Ficamos olhando para o teto . Então Erna é a primeira a
dormir e Marija dorme à seguir. Fico um pouco mais acordada e, nas primeiras
horas do dia 4/9/40 , pego no sono.