Uma Rosa para Berlim - Ravensbrück -O teste.
Somos recebidas por auxiliares de campo que nos colocam em revista antes
do anoitecer. Erika nos deixam nuas e uma guarda feminina se interessa pelas
nossas tatuagens e marcas feitas a ferro. Sorri quando falam algo no ouvido dela.
- Meu nome é Monika e recebi a informação de que algumas de vocês deverão
ir para o serviço comum em um QG da SS. Vou propôr um jogo e...- fica me olhan
do e depois olha cada uma das quatro - quem for obediente vai embora e não vai
ter que me aturar - solta uma gargalhada. Para de rir e aponta para mim falando:
- Escolha uma para bater com força ! - fica me olhando - Nina! Comece !
Olho para cada uma delas e abaixo a cabeça. Não obedeço pois, acho o teste bem
idiota. Olho para a guarda e vejo o rosto dela ficar rubro de raiva.
Ela olha para minha tia e aponta para mim.
- Bata nela !
Minha tia me olha e anda em minha direção. Ela olha dentro dos meus olhos e fala:
- Desculpe-me ! - me dá um tapa que faz meu corpo tremer. A guarda faz sinal
para Uta fazer o mesmo e ela me dá um cbute nas pernas. Então só vejo Marija se
aproximar e me agredir. Por último Erna que começa a chorar.
- agora chutem ela até cair ! - gritou a guarda enfurecendo-se - até cair !
Minha tia inicia a sessão e Marija começa a cborar e se agacha .
- chutem-na também ! - grita a guarda demonstrando com um chute na barriga de
Marija. Minha tia e Uta obedecem e Erna põe as mãos nos ouvidos para não escu
tar o comando e cai no choro. A guarda dá um soco nela. Erna cbora alto e Marija
grita de pavor. Eu começo a chorar ao ver minhas amigas serem agredidas. Erika
me dá um tapa que quase desmaio. Depois faz o mesmo com Marija e ela sangra
na boca e fica apavorada gritando. Mais guardas entram e se inicia um espanca
mento e vejo Erna desmaiar. Marija resolve fingir desmaiar e dá certo. Param de
bater nela. Resolvo seguir a mesma tática e fecho os olhos. Funciona e não levo
mais pontapés. Aguardo um pouco e abro os olhos vendo Marija levantar Erna.
Ambas choram muito e eu me levanto e vou até elas e as abraço. O dia 20 de
Julho de 1940 não parece terminar. Estamos alí espancadas e com muito mêdo.
Paramos de chorar e olbamos à nossa volta : 4 paredes cinzas e nós três ali sem
saber o quê vai nos acontecer.
- Me desculpe , Nina ? - pergunta Erna voltando a chorar e me abraçando.
- Não foi nada! - respondo abraçando-a com força.
- Me perdoa também ? - pergunta Marija nos abraçando.
- Não foi nada ! - beino a testa dela. Depois a testa de Erna.
A porta se abre e guardas nos seguram e nos leva para um banheiro onde
nos jogam água com uma mangueira. Tomamos banho e depois somos levadas
para o médico que nos examina e depois nos libera. Somos levadas para um quarto
com três camas e Erika chega e fala:
- Não são prisioneiras como as outras mas - solta um riso sarcástico - deverão
cumprir as ordens como mandarem ou...se tornarão iguais as outras. Não foram
consideradas indesejáveis mas, estão próximas disso. Muito cuidado ou passarão
para o outro lado. Estão apenas cumprindo um castigo por desobedecerem a supe
rior de vocês...não estão presas ! Detidas por insubordinação.
- E se tentarmos fugir ? - pergunta Erna.
- Só terão proteção se sairem com um dos SS ou vão atirar para matá-las.
- Então somos prisioneiras ! - fala Marija intrigada.
- Não !- fala Erika nos olhando firme - Estão detidas e são da SS. Por isso terão
tratamento como soldados que estão cumprindo pena...o jantar vai chegar e... -
Nos olha rindo - comam e vão dormir pois, o dia começa cêdo.
- E quando termina nossa punição ? - pergunto curiosa .
-30 dias ! - fala Erika se retirando.
Assim que ela sai, cbegam nossa comida junto com nossas novas roupas.
Comemos com avidez e depois nos guiam até o banheiro onde fazemos nossas
necessidades e então somo levadas para nosso quarto. Então deitamos caladas.
Fico olhando para o teto e depois pego no sono.