Perdido no caminho

Desci do meu apê com minha bike e fui visitar uns amigos próximos de casa. Encontrei-os parados em um quiosque e estacionei a bicicleta.

Batemos maior papo e bebemos algumas doses de uísques com red bul. Um dos amigos pede-me a bike emprestada e sai com ela. Passou horas e nada do amigo chegar. Olhei para o relógio já era tarde da noite. Preocupado e puto, fui caminhando até a residência dele. Não tinha ninguém, o cara tomou chá de sumiço. Voltei caminhando pela rua deserta em direção minha residência. Por ter bebido um pouco, deu-me um branco, perdi a direção do caminho a percorrer até chegar em casa. Vários carros passavam. Olhei para o lado, avistei um casal passando. Parei o rapaz, percebi que ele ficou um pouco assustado. Contudo perguntei como fazia para pegar a direção sentindo praia? O rapaz disse apontando uma reta:

“ Pega a reta passando pelo o túnel. É o único caminho.”

Antes tive que atravessar o cruzamento bem perigoso. Passava ônibus, caminhões, e carros toda hora, quase me atropelaram, por fim, consegui atravessar e chegar até o túnel.

Aproximaram-me de mim , uns garotos de rua. Cada um tinha em mãos latinhas de spray, pareciam que estavam vazias e eles balançavam, fazendo um som ao sacudir a lata. Um deles aproximou de mim e me pediu dinheiro. Não dei. Ele se afastou e me deixou em paz. Achei que iam me assalta mas não foi o caso. Quando cheguei ao final do túnel, tinha uma enorme escadaria, achei que iria subir em uma favela, não tinha praia nenhuma. Fui subindo a escadaria mas bateu um medo e resolvi descer e voltar. Enquanto eu descia, subia um cara enlouquecido só de cueca, falando:

“Não faz nada comigo não.”

Passei por ele desesperado. Pensei: “Onde estou?!”.

Cheguei ao túnel estava fechado com estas portas de lojas de centro comercial. Tinha um cara forçando a porta para baixo. Falei com ele:

“Vou passar para o outro lado”.

Ele respondeu: “Não passa por aí não...”

Falei: “Tenho que passar, e meti a mão para abrir”.

Ele se afastou. Quando levantei a porta, tinha um monte de coro de camelos. Fiquei assustado e fui retirando para abrir caminho ao outro lado e ao mesmo tempo pensei:

“camelos só tem nos desertos, o que estes coros estão fazendo aqui?!”

Eram tantos, que desistir de tirá-los. Recuei. Olhei ao lado e visualizei uma porta com uma plaquinha escrita: “Saída”. Fui até a porta. O Rapaz gritou:

“Não entre aí!”

Desesperado para sair daquele local, entrei para ver. Vi várias fiações uns tinham as pontas desencapadas. Coloquei a mão em um dos fios para segurar e os outros cabos se moviam como se tivessem vidas próprias. Assustei-me. Sem saída o que restava era subir a enorme escadaria e vê onde dava. Fui subindo. Encontrei o enlouquecido no meio do caminho parado, passei por ele novamente e continuei subindo. Ao caminho apareceu umas garotinhas descendo as escadas. Dei uma olhada para o relógio de pulso, os ponteiros estavam parados e marcava 2h da manhã.

Em seguida descia duas mulheres atrás das garotinhas. As duas mulheres tinham uma aparência de cracudas. Tentei amparar as garotinhas. Elas estavam sujas. No entanto, as duas mulheres começaram a gritar:

“Larga as meninas, anda logo!”

Senti-me assustado por achar que ali fosse uma favela. Deixei as garotas e passei pelas mulheres e segui subindo as escadas. Subia, subia... mas parecia que nunca chegava ao final dos degraus. Comecei a ficar cansado. Tive uma sensação que iria desmaiar. De repente comecei ouvir um som bem suave de despertador de relógios antigos: daqueles dos tempos dos nossos bisavôs. Faziam um toque clássico – Trim! trim!... Conforme eu ia sentindo que iria desmaiar, o som do despertador ia aumentando. No entanto, fui despertando, e dando em conta, do meu celular que estava em cima da mesinha do abajur ao lado da cama tocando o alarme. Acordo sonolento e vejo que não estou perdido, logo me sinto aliviado.