Uma Rosa para Berlim - Retorno ao Presídio-bordéu.

Acordo repentinamente e vejo Erna e Marija dormin

do. As duas estão abraçadas uma na outra. Olho tudo

em volta e não vejo ninguém. O sol radiante.

- Erna...Marija...- As sacolejo de leve - Acordem !

As duas acordam e me olham e se levantam.

- Quem ficou de guarda ? - Pergunta Marija - Eu não

fiquei ! - olha para mim e eu balanço a cabeça negati

vamente. Erna repete o mesmo gesto.

- Que sorte a nossa , heim !- disse Erna olhando tudo

a volta . Marija faz o mesmo e eu me espreguiço.

- O que faremos à partir de agora ? - pergunto eu indo

até elas - Temos que comer e ir ao banheiro e arranjar

dinheiro e condução para irmos a algum lugar.

- Podemos ter sorte de não encontrar ninguém no

presídio e pegar o que restou - disse Erna pensativa.

- Loucura ! - protesto veemente - Aquilo deve estar

cheio de soldados...

- Fazendo o quê ? - pergunta Erna me olhando.

- Aquilo deve ter ficado sem ninguém ! - disse Marija-

Fugiram todas e ao governo cabe apenas recontituir.

Não acredito que vão investir naquilo agora.

- Só averiguando - disse Erna começando a descer.

- Então vamos descer com cuidado - aviso eu.

Começamos a descer em alerta e em pouco tempo te

mos a visão do presídio que está com boa parte des

truida. Apenas o casarão e o dormitório estão intactos.

Vejo alguns carros no estacionamento e 6 militares

que circulam. Ficamos olhando por alguns minutos.

- Apenas um destacamento para guarnecer o local-

Refletiu Marija - Não acredito que tenha mais.

- E o que faremos? -pergunto olhando para Marija.

- Nos dividir e botar todos para dormir - fala Erna

puxando de sua pistola e averiguando a munição.

Marija faz o mesmo e eu averiguo a minha.

- Estou com 4 progéteis ! - falo sorrindo.

- Estou carregada ! - disse Erna orgulhosa.

- Eu também ! - disse Marija muito séria - vamos

até o portão e atacaremos com precisão.

Marija desce às espreita e nós a seguimos. Em pouco

tempo estamos diante do portão aberto. Um soldado

nota nossa presença e atira para alertar seus compa

nheiros e tomba com um tiro dado por Erna. Vamos

adiante e atiramos as três juntas em 4 despreparados

soldados que aparecem de peito aberto e tombam

sem vida. Aparece o sexto homem, um sargento e

volta correndo para se proteger. Vamos atrás e ele

escapa pilotando uma motocicleta militar. Foge.

Entramos com cuidado na cozinha e começamos a

comer tudo que encontramos.

- Nina...- disse Marija parando de comer - fique lá

fora em guarda e depois você entra.

Pego uvas e saio. Fico reparando nos mortos e vou

até o portão e fico observando tudo ao redor.

Uns 30 minutos depois Erna sai com ar de quem to

mou banho e lavou os cabelos. Está de roupas novas.

Vestido longo verde oliva com corte de última moda

e botas longas. Está feliz e se exibindo.

- Gastaram muito tempo...eu posso nem ter tempo

de fazer minha higiene pois, o mensageiro já deve

ter encontrado regorço.

- Alguém tinha que se sacrificar ! - disse Erna rindo.

Entro correndo e vejo Marija com pacotes de dinheiro

do estabelecimento. Vejo jóias também.

- Isso ficou aqui ?- pergunto espantada.

- Vi o diretor guardando em segredo logo após se re

lacionar comigo. Fingi que dormia ! Matei-o ontem.

Deixo-a ali e vou para o banheiro e faço todas as mi

nhas nescessidades e tomo meu banho tranquila.

Quando me enxugo, Marija chega com um longo

índigo e me dá. Ela veste roupa bege e botas curtas.

Pego a roupa e visto. Logo depois, Marija passa o

pente em meus cabelos e então saimos dali e vamos

para fora. Erna aponta para o estacionamento.

- Tem um Audi 920 Cabriolet do ano passado ali.

Olhamos todas para o estacionamento e vemos o carro

estacionado lá. Está novinho e sorrimos.

- E quem vai dirigir ele? - pergunto olhando as duas.

- Eu sei dirigir! - disse Erna orgulhosa - já dirigi um.

- Antes de irmos ...- fala Marija olhando para os galões

de gasolina no estacionamento - vamos queimar tudo.

Corremos para o combustível e começamos a espa

lhar por todos os estabelecimento. Deixamos galões

abertos no alojamento e dentro da mansão. Jogamos

combustível nos veículos estacionados e pouco de

pois colocamos fogo e caimos fora do lugar. Erna

vai dirgindo com Marija do seu lado e eu vou no banco

de trás. Dexamos o predídio em chamas, enquanto nos

dirigimos para o norte, tomando direção oposta a do

soldado e de nossas amigas. As horas passam e já

é quase meio-dia do dia 12 de maio de 1940.