Jovem é o nome do homem
Maycom Johnson, conhecido como Peninha desde pequeno, quando os pais se separam ficou com o pai. Não se sabe ao certo qual era a convivência, como era o seu mundo. Acontece que dona Maria, sua mãe, que vez por outra ia visitar quando ele era menino e na adolescência perdeu o contato, quando o pai foi para o interior trabalhar e levou o garoto, mas ela guardava as feições e o instinto materno. E um dia perambulando pela feira, deu de cara com o seu filho, o encontrou sem rumo, vagando a esmo pelas ruas da cidade. E com toda a paciência e aquela maternidade, levou o menino para sua casa.
No arfa de apurar efetivamente o que aconteceu, muito embora o menino pra mãe, que já era um rapaz fornecesse a sua versão. Ela quis saber mais e assim, entrou em contato com o pai, que lhe informou que o garoto há anos havia desaparecido, que ele o procurou e não encontrou, mas não quis preocupar ninguém.E que sempre que ia a cidade fazia procuração juntamente com um compadre da policia, que mais tarde confirmou a dona Maria a versão do pai.
Historia devidamente esclarecida, dona Maria cuidando, cuidando já a alguns dias, teve revelado pelo rapaz, que também tinha uma menina. E lá se foi àquela mãe a procura da moça. E quando a encontrou, pra sua surpresa, a menina estava em estado interessante.
Ambos foram morar com dona Maria, lá na beira do lago, próximo a natureza, onde os carros não entravam, mas que a vida começava cedo e era feita com muito trabalho, carinho e luta.
Ela começava cedo, lavava roupa, passava e trabalhava de diarista para sustentar outro filho menor.
Dessa forma, logo que levantava, dona Maria acordava o Peninha, que fazia o café para a sua menina, que lavava a roupa dela, que sempre reclamando ajudava a mãe a levar as trouxas de roupas.
No embarque dos dias, uma bela noite a mãe disse ao filho que arranjará um trabalho de entregador de pão para o filho, que logo de cara, se podia perceber que ele não queria.
A menina passava o dia todo deitada assistindo a televisão, quando não estava jogando vídeo game, quando não estava dormindo, quando não estava comendo, quando não estava em casa.
Dona Maria chegou por baixo de uma chuva muito forte, quando o filho disse que precisava falar-lhe. E a informou que tinha sido dispensado agora da borracharia. E em menos de uma semana já tinha sido o seu segundo emprego depois da padaria.
Por um segundo ela pensou, que tinha feito o currículo do rapaz, que tinha ido tirar a carteira de trabalho dele, que tinha agilizado a carteira de reservista, o C.P.F, carteira de Identidade e o titulo de eleitor, que havia arrumado dois empregos. E que já havia até matriculado ele e sua namorada na escola próxima de sua casa, que comprou escova dentária para os dois, que deu sapatos, teto, comida e roupa lavada.
Mais um pouco pensando, com as mãos ainda nas suas cadeiras disse cheia de emoção para o garoto, como se tivesse tido uma boa idéia. Que ela iria viabilizar um carrinho de vendas de bombons para que ele a ajudasse. Enquanto a menina acordava ressonada e a mãe cheia de maternidade acoplava o filho em seu colo, talvez como forma de reparar um erro no passado.
O menino, digo o rapaz, se levantou da cama e com uma voz de homem feito disse, a sua mãe, que aquela vida não aguentava mais. Disse que não queria trabalhar, que não queria estudar, que queria mesmo era ir para o interior de seu pai, pois lá levantava uma casa no fundo do quintal dele e ficava por lá.
A mãe, talvez em choque, olhou para aquele garoto, que já era um homem, olhou para o seu filho menor, e enternecida, com lágrimas e uma grande dor no peito, sem dizer nada arrumou todas as coisas do rapaz e da moça e foi levá - los no terminal rodoviário mais próximo.
Por último disse ao filho, que se era aquilo que ele queria, ela como mãe fazia a sua parte comprando duas passagens só de ida.
Sem dizer uma palavra, sem sequer dizer obrigado o rapaz e a moça, para tristeza daquela mãe embarcaram no ônibus e seguiram o futuro com direção ao interior.
No dia seguinte, ela acordou cedo como de costume, colocou a trouxa de roupas na cabeça, segurou pelas mãos o seu filhinho e sobre as pontes foi guiando-o a escola, enquanto ela seguia para o seu trabalho.