Uma Rosa para Berlim - Madrugada de 27/12/39

Todos camingamos pela nadrugada e já é dia

27/12/1939. Primeiras horas e começamos a

ouvir alguns tiros. Piotr abre fogo que é respondido

por vários tiros repentinos. Então um grito:

- rendam-se e poderemos decidir o que é melhor

para vocês.

Reconheço a vóz. É a vóz do meu tio. Vejo-o se

aproximar corajosamente.

- tio Franz !- grito me levantando - sou eu...Nina!

O oficial se aproxima me encarando.

- Nina ?- se aproxima um pouco mais - o quê faz com

a escória?

- são meus amigos.

- estão fugindo!

-para não morrerem.

- e você ?

-edtou fugindo junto.

- você é uma ariana e deve me entregá-los.

- só me matando.

Franz olha para todas aquelas pessoas alí e ri.

- quér mesmo ajudá-los a sair da alemanha?

-claro que sim!

- eu e você, nós temos parentes na Itália e temos

uma tradição na alemanha- ele me olha dos pés a

cabeça- sei tudo o que andou fazendo e isso prejudicou

minha família, minha carreira, a carreira de meu filho.

- fale o que quér, tio !

- quero que conserte isso.

- como?

- retornando comigo e indo trabalhar no campo e dar

muitos filhos para seu marido.

- loucura essa proposta.

- antes você deverá cumprir uma missão para mostrar

que você está integrada a juventude Hitlerista.

- e o que ganho com isso?

- encaminho seus amigos para sairem do pais.

- e como saberei que fez isso ?

- virá conosco e verá.

- aceito o acordo!

- mas você sempre se sacrificando....- disse Ruth

ficando com ar triste.

- a Alemanha é meu lar e poderei ajudar essas pesso

as a sairem daqui em paz.

Todos emudecem e as crianças me olham com ar de

esperança.

Nos colocamos à caminho e pela manhã chegamos em uma estação ferroviária. Todos são embarcados e

eu fico sob escolta. Piotr e Ruth me abraçam com ar

triste e depois embarcam. A compania Alemã que me escolta embarca em caminhões e se põe a voltar para

Berlim.

Chegamos ao final do dia em casa. A noite começa

e chego na casa de meu tio. Vejo meu primo fardado

de SS e com ar arrogante. Chegam mais três primos

meu e minha tia com uma medalha de Bronze na mão.

- ganhei por ter tido 4 filhos arianos.

Dou um sorriso amarelo e pego a medalha.

- quem sabe você consiga uma?- disse o meu primo

mais velho rindo.

Entendi o sorriso e fiquei calada. Os outros três sorriem.

- agora ela deve se banhar, se alimentar e se preparar para o ano novo- disse minha tia me encaminhando

para outro cômodo.

E assim me banho, janto e depois durmo sem muito

pensar na vida.

Nos dias 28,29 e 30 de dezembro passo me maquian

do e descansando. São dias calmos na minha vida.

Meus primos me olham de rabo de olho e minha tia

parece não saber sobre minha pessoa ou finge não

saber, seguindo a velha máxima de Hitler de que mulher

deve ser obediente e não questionar. No dia 31 passo

o dia me arrumando e me maquiando. A casa de meu

tio prepara uma festa de virada de ano. Ninguém me

incomoda e de vez em quando leio o jornal.