Apenas Um Sonho
A noite de dezenove de julho de 1977 trouxe-me um sonho. Eu corria em um passo ritmado com mais duas pessoas, um homem e uma mulher. Trazíamos um coqueiro com folhas de um verde tão calmo.
E o coqueiro estava apoiado a palma de minha mão.
A nossa corrida do ponto em que me lembro, do início da avenida Conde da Boa Vista para a praça do Derby. Mas não chegávamos a praça. atravessamos o canal e dobrávamos à direita da ponte. Aí era o ponto que tínhamos que nos banhar e também molhar o coqueiro. Mergulhei no canal, depois a mulher e o homem por fim. E de volta a beira do canal, mergulhamos o coqueiro também.
O sentimento era de umidade, menos o nosso coqueiro não parecia molhado. Continuamos a corrida até chegarmos a um casarão antigo e pintado de branco. Fomos recebidos por uma velha senhora de fisionomia dócil e cabelos todo branco. Mas não sei porque ela nos inspirava medo.
Apoiamos o coqueiro no chão do terreno em frente a casa. Arrancamos algumas palhas e fizemos uma passarela que pegava do coqueiro até certo ponto do terreno. Aí o rapaz cravou dois pregos paralelos na extremidade da palha. passou um fio de nylon nos dois pregos da palha até onde se encontrava o terceiro prego. Enquanto isso a moça pintava verticalmente a palha com listas brancas com picos pretos. E eu pensava: só falta se fazer a iluminação do meio da pista e das laterais. mas o rapaz olhava para mim com um olhar vazio, estava apenas com um caução preto e o resto do corpo moreno e nu, e dizia a avenida Recife esta pronta, então a senhora velha começava a se encaminhar para o local onde estávamos. E todos nós tivemos medo. Mas mesmo assim a moça pintou o meu rosto de palhaço, do nariz ao queixo. Então sentimos que a velha iria ralhar e não sabíamos conscientemente porque? Começamos a correr. e eu só dei conta de mim, quando estava mergulhada na água suja do canal para lavar meu rosto. Minha agonia era grande para limpa-lo, mesmo sabendo que a velha não estaria atrás da gente. Aí acordei com a porta do meu quarto se abrindo.