A estória do contador e sua obra
(Conto experimental)
O contador de estórias
Está confuso
Pois não sabe se começa pelo meio
Se pelo fim, se pelo começo mesmo,
A estória que a sua mente
Esquizofrênica imaginou
Não sei que rumo irá tomar a tinta da caneta
Do moço contador de estórias
Mas à horas ele está lá,
Com a caneta nas mãos
Sem redigir uma palavra só
Para começar a tal estória.
O universo para junto
Parece que até ele
Espera ansioso pelo começo da estória
"Era uma vez..." não... assim não...
"A muito tempo atrás..." não... também não...
Como começar a contar uma estória atemporal
Com personagens tão reais quanto os mendingos da praça?
O tempo passando e o contador matutando sobre essa nova estória
Matuta dali, matuta daqui...
Batuca com a caneta a mesa que também espera
...
De repente um silêncio se fez...
"Em um lugar não muito longe do que se chama de real, alguém ainda insiste em sentir, quando já se esgotaram todas as possibilidades, o amor parece que ainda tem salvação. Assim é o coração da pequena Marina..."
Assim o contador de estória
Começou a estória sem fim de Marina
A encantadora de corações selvagens.