A JOVEM MARIANA SUICIDOU-SE.

O AMOR DE MARIANA.

Conto

Por Honorato Ribeiro.

O capitão Rômulo Dias, fazendeiro bastante rico, proprietário de muitas terras, casado com Joana Dias, tiveram vários filhos, os quais lhe obedeciam. Os filhos estavam sempre na labuta junto do pai, mas moravam todos na cidade. De quando em quando eles sempre iam à fazenda ajudar o pai. O casal tinha três filhas, todas bonitas e bem prendadas. A sua educação, como sempre era dos coronéis, rígida, principalmente para com as filhas. O sim era sim, e não era não, todos teriam de lhe obedecer. A mais bonita entre as três era a caçula que tinha o nome de Mariana. O povo da cidade gostava bastante dela por ser muito educada e sempre sorridente e alegre para com todos. Dia em que saiu a passeio pela rua da pequena cidade, Mariana se encontrou com um rapaz e olhando bem para ele ficou enamorada e caidinha por ele. Ele era de família média e se chamava Antônio José. O encontro foi maravilhoso para Mariana que apaixonou por aquele rapaz. O namora à escondidas foi crescendo o amor um para com o outro. Mariana sabia que seu pai era durão e se um dia descobrisse esse namoro iria proibir. Mas ela estava mesmo apaixonada e sonhava um dia se casar com Antônio José. Entretanto, havia um obstáculo muito grande em se realizar o casamento. Conhecia bem seu pai, e, se ele não fosse com a cara do jovem, Antônio José, claro, daria a dura sentença de desmanchar imediatamente o namoro dela ao jovem, seu “Romeu”. Mas ela estava decidida de enfrentar o sim ou o não do capitão, seu pai. Decidida e com coragem de um amor ardente que tinha pelo rapaz, chamou seu pai e disse-lhe:

-Pai, eu estou namorando Antônio José e ele quer casar comigo. Estamos apaixonados e decidimos a casar com o seu consentimento.

-Quem é este rapaz, Mariana?

-É Antônio José e o senhor o conhece e a sua família.

-Ora, ora, Mariana! Você é jovem, bonita e não sabe escolher. Você não conhece esse rapaz.

-Conheço, pai, ele é muito bom e educado e me ama.

-Não, Mariana, você acha que o conhece, mas não sabe quem o é. Portanto, já vou lhe dizendo para você terminar esse namoro imediatamente.

-Mas meu pai, ele gosta de mim e eu dele?

-Mas já dei minha palavra que não aceito e você terá de me obedecer. Não adianta mais falar nesse assunto comigo. Termine e ponto final.

Mariana se encolheu no quarto a chorar e a se lamentar com a resposta dura de seu pai. Ela sabia que o não dele era definidamente. Não adiantava mais falar com ele. O velho era durão. Mas Ela resolveu à escondidas se encontrar com Antônio José. Foi passando os dias, meses até que o pai, o capitão Rômulo, descobriu. As coisas mudaram para pior e o pai dela levou Mariana para a fazenda para que ela não encontrasse mais com o namorado. Mariana não dormia e sonhava com seu belo amado. Estava apaixonada pelo rapaz. Não tinha mais alegria e ficou taciturna durante a estada naquela fazenda. Mas, quando a mocinha de dezoito anos se apaixona, não há obstáculo para impedir o seu coração de amar e a cabeça deixar de pensar um segundo sequer. Mas um dia ela levantou cedo, escovou os dentes, tomou café e resolveu enfrentar seu pai. Ele estava deitado na rede e ela disse-lhe:

-Pai, leva-me para a cidade, pois não aguento mais viver sem ver Antônio José.

-Já lhe disse que eu não quero esse namoro com aquele rapaz, Mariana, e você insiste?

-Mas eu o amor, meu pai, e estou sofrendo porque quero me casar com ele.

-Mas eu já decidi que não aceito; por isso eu lhe trouxe para cá, a fim de que você pudesse se esquecer desse rapaz.

-Mas não consigo, pai, e o senhor não entende, quando um coração apaixona por alguém! Estou sofrendo, não durmo, não tenho apetite e nem alegria.

-Mas com o tempo você irá esquecê-lo.

-Não vou, não, pai, não vou mesmo. Sem ele não adianta eu viver.

-Não discuta comigo.

-É esta a sua última decisão, pai?

-É e não quero mais ouvir você falar nesse rapaz. Vá para o quarto e me deixe em paz.

Mariana se recolheu e ficou chorando. As horas foram passando, até chegou meio dia. Hora do almoço. O pai foi lhe chamar para almoçar e encontro seu corpo gelado estendido no chão. Mariana tinha bebido veneno e se suicidou. Morreu ainda jovem pelo grande amor que tivera para com seu amado Antônio José.

A lancha chegou ao porto com o corpo da jovem e toda a cidade chorou com a perda daquela jovem querida por todos. Porque seu pai não a compreendeu o grande amor que ela tinha para com o jovem Antônio José. Foi sepultada no cemitério local, mas o povo jamais se esqueceu da bela Mariana. Nem mesmo eu que a conheci, por isso conto esta triste história da linda Mariana.

FIM.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 20/07/2015
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