O MONGE: O ESCOLHIDO
Um homem estava para ingressar na ordem dos monges, assim negando seus pertences do mundo, fazendo votos de castidade, pobreza e outros. De pobreza seria mais difícil que de castidade, tamanho o desgosto das mulheres pelo dico cujo. Parecia ser escolhido a viver uma vida retirada, longe daquela tentação que sempre ficou em suas fantasias.
Para isso viu uma lista de conselhos em diversos livros, em diversas religiões e tempos. Uns diziam de como não se contaminar com as mulheres, como os egípcios, outros de como vencer as ilusões de Maya, da Índia, bem como conselhos de xamãs e sacerdotes, que evitavam as mulheres, ou casavam-se com muitas.
Assim começou a viver com novos pensamentos: "a falta de mulheres em minha vida foi um sinal divino"; " o amor quis em mim se manifestar de outras formas, como caridade e compaixão"; " o desejo gera muitos problemas"; "não tendo mulheres, não sofro com a traição"; "se sofri por amor, foi porque quem eu amava não me merecia"; " somente Deus amam verdadeiramente, e a união que tenho com Ele"; "o casamento tantas vezes planejado, era na verdade o casamento com Cristo, núpcias no Reino".
Uma vez monge, acordava pela madrugada e tomava um banho gelado. Comia um pão pequeno e começava a fazer seus cantos e orações. Pensava na Mãe do Céu, que lhe dava carinho, e começava a trabalhar, plantando algo que não fosse estimulante. Procurava livros antigos e raridades de místicos. Achou São João da Cruz e outros. Estava tão feliz, por não ser um joguete de paixões e manipulações, interesses e amores passageiros.
O monge assim escreveu uma Suma Teológica e fez diversas obras de caridade, além de curar pessoas com suas mãos e orações. Mesmo mulheres adoecidas ou já idosas foram curadas pelo monge, já idoso, e lhe diziam: o senhor é um homem tão bonito. Muitas mulheres desejariam casar, se não fosse o seu voto e vida religiosa. Assim o monge faleceu, sorrindo dessas palavras divinas que lhe vieram para o casamento espiritual, buscado pelos anjos e caminhando até a luz.