A Janela Mais Bela.
Veio prostituir a janela da biblioteca da minha casa uma roseira frondosa, simples e bela. Que prostituição não pornográfica, exprimia tamanha beleza com muitas rosas vermelhas a se dependurarem nas grades brancas, cedia gotas de orvalho. Roseira velha de mais de cinco anos e bela. Demonstrava vigor com toda sua vida, em folhagens extensas e muito profundas rosas vermelhas. Gostava de sentir paz e amor se desprenderem dela. Gostava de gostar dela. Galhos novos afloravam de todos os lados.
Seus galhos longos, indiscretos se infiltrando nas brechas da janela decrepita que a acolhia com amor e se tornava bela por ela. Grades brancas, muito branca vestida de folhagens verdes e rosas de pétalas macias e vermelha, que balançavam ao vento, parecia frágil. Havia um lugar para ela dentro de mim que não seria tomado. Alimentavam o ar com perfume. Enquanto escrevia, absorvia o aroma de rosas e sentia harmonia entre elas. Era a janela mais bela.