Eterno Veneno - Prólogo
“Não aquento mais, isolamento é o melhor remédio contra minhas sandices maléficas...”
All Caruso
Depois de sair de uma terrível batalha travada dentro de si mesmo, caminhando pelo parque, tentando prestar atenção em detalhes da natureza, tentando resgatar o que um dia ele foi. A pior parte de mudanças, sendo ela ruim ou boa, é a saudades de quem foi um dia. A chuva cai fazendo o clima do parque ficar ainda mais sombrio do que já são. Desviando de seu caminho, normalmente usado pelas pessoas “normais” para caminhar e fazerem exercícios, entrando em uma pequena trilha na mata, sempre tendo em mente reparar nos detalhes. Desviar do caminho era novidade, ainda mais para “o antigo eu”, um cara que um dia foi acomodado.
Nas entranhas de uma densa floresta onde existem vários caminhos, não se preocupando em fazer as escolhas nessa estrada, ele pensou na sua nova vida.
Ele já encontrou o gato, no qual fez a pergunta.
- Poderia me dizer, por favor, que caminho deveria tomar para sair daqui?
- Isso depende bastante de aonde você quer chegar
- O lugar não me importa muito…
- Então não importa que caminho você vá tomar¹
Ele só queria ficar sozinho, depois de tudo que passou, depois de tantas mudanças, depois de tanto sofrer...
Entrar em contato com a natureza era algo nostálgico, sempre teve uma ligação forte com a natureza antes de tudo acontecer. Hoje em dia esta focado em outras coisas, perdera um pouco dessa ligação. Mas nada como uma caminhada na mata para relaxar.
Não olha pra trás, esta perdido, conseguiu o que queria. Um instante de delírio vem à mente, será uma despedida? Tudo começa a ficar em tons de vermelho puxando para o amarelo, a imagem parece algo morto, mas não para ele, ele gosta dessas cores, trás uma paz interna.
Seu coração bate devagar, ele fecha os olhos e sente o perfume, mais um delírio em sua mente. Esta parte de seu cérebro passou a ser mais constante depois de tudo.
Há muito tempo, tentou dispersar esses ápices de delírio, fazia ele perder o foco das coisas, fazia ele perder os detalhes, fazia sua mente hiperativa ter apenas um foco.
A melhor ou pior droga do mundo? - O amor -
Sim, a sua mente é hiperativa.
- Volte à realidade – escuta a voz vinda de sua mente – O amor dessa mulher quase te destruiu, não vá arriscar de novo. Não pise onde não é firme, NUNCA.
All volta, com semblante triste, mas feliz por mais uma dose. Segue para a saída do parque, seu senso de direção havia voltado. A lógica tomou conta de novo, voltamos à realidade.