O PADRE...
O padre era um homem simples e pobre, estranho a tudo, com exceção de seus trabalhos literários sobre o sistema de Descartes. Não tinha auxiliar doméstico algum ,e no inverno, para se aquecer, trabalhava na cama embrulhado o melhor que podia em cobertores. Uma manhã ouviu batidas na porta.
___Quem está aí? Perguntou ele.
___Abra; lhe responderam.
Ele puxou um cordel que da cabeceira da cama ia se prender no fecho da porta, e esta se se abriu.
O padre, sem levantar os olhos do que estava escrevendo perguntou:
___Quem é, o que deseja?
___Quero dinheiro
___Dinheiro!...
___Sim, dinheiro e depressa!
___Hh! Já entendo: então o senhor é um ladrão? pois
procure ali.
E o padre apontou com a cabeça para o bolso da calça dependurada nos pés da cama.
O ladrão enfiou a mão nos bolsos da calça, e depois de remexer bem, disse:
___Aqui não tem dinheiro.
De certo que não, mas há uma chave.
___Eis ela aqui
___Justamente, essa. Vá abrir aquela gaveta da escrivaninha. E apontou com a cabeça.
O ladrão enfiou a chave em outra.
___Não é esta, não é aí, lhe diz o padre.Aí só estão meus papéis, não mexa, não os desarrume! Já lhe disse que aí estão só meus papéis!!! Na outra gaveta, do outro lado é que está o dinheiro.
___Ah, aqui está.
___Pois bem, tire-o, feche a gaveta e me dê a chave.
O ladrão, tendo enfiado no bolso todo o dinheiro que achou, entregou-lhe a chave e retirou-se apressadamente.
___Senhor ladrão, lhe grita o padre, feche a porta, feche a porta...
Mas o ladrão não fechou, estava correndo para longe dali.
___E então este homem me deixa a porta aberta! Não tenho remédio senão levantar-me com o frio que faz! Que malvado ladrão!
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O padre era um homem simples e pobre, estranho a tudo, com exceção de seus trabalhos literários sobre o sistema de Descartes. Não tinha auxiliar doméstico algum ,e no inverno, para se aquecer, trabalhava na cama embrulhado o melhor que podia em cobertores. Uma manhã ouviu batidas na porta.
___Quem está aí? Perguntou ele.
___Abra; lhe responderam.
Ele puxou um cordel que da cabeceira da cama ia se prender no fecho da porta, e esta se se abriu.
O padre, sem levantar os olhos do que estava escrevendo perguntou:
___Quem é, o que deseja?
___Quero dinheiro
___Dinheiro!...
___Sim, dinheiro e depressa!
___Hh! Já entendo: então o senhor é um ladrão? pois
procure ali.
E o padre apontou com a cabeça para o bolso da calça dependurada nos pés da cama.
O ladrão enfiou a mão nos bolsos da calça, e depois de remexer bem, disse:
___Aqui não tem dinheiro.
De certo que não, mas há uma chave.
___Eis ela aqui
___Justamente, essa. Vá abrir aquela gaveta da escrivaninha. E apontou com a cabeça.
O ladrão enfiou a chave em outra.
___Não é esta, não é aí, lhe diz o padre.Aí só estão meus papéis, não mexa, não os desarrume! Já lhe disse que aí estão só meus papéis!!! Na outra gaveta, do outro lado é que está o dinheiro.
___Ah, aqui está.
___Pois bem, tire-o, feche a gaveta e me dê a chave.
O ladrão, tendo enfiado no bolso todo o dinheiro que achou, entregou-lhe a chave e retirou-se apressadamente.
___Senhor ladrão, lhe grita o padre, feche a porta, feche a porta...
Mas o ladrão não fechou, estava correndo para longe dali.
___E então este homem me deixa a porta aberta! Não tenho remédio senão levantar-me com o frio que faz! Que malvado ladrão!
E o padre salta da cama, embrulha-se nos cobertores, vai fechar a porta e retorna para a cama para continuar seu trabalho, sem pensar em que não tinha dinheiro nem para comprar o almoço.
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