O PERDÃO NÃO ALIVIA OS ROUPANTES DO PASSADO
Muito tempo se passou, um bom tempo de convivência, uma vida juntos, 20 anos.Muita luta, muitos dias de uma relação de amor que não se desintegrou diante das intempéries, do exasperar.
Quantas discussões por nada, por coisa nenhuma, apenas por achar que estava no direito sobrepor a sua parceira, sua esposa. Achava que tinha mais poder por sustentar a casa,por trabalhar,passava na cara, enquanto sua amada só cuidava dos filhos. A deixava na condição inferior.
Quantas discussões nesses longos anos de convivência? E o que ganhou? Nada.Apenas perdeu. Quanta energia exaurida nesses anos? Mas o que ficou disso tudo? Um amargo arrependimento de um tempo que não pode voltar para se consertar e rever as inconstâncias, a imaturidade,a desinteligência.
É claro que não houve fatalidades como ocorre com muitas famílias por ai, mas ficou um vazio,alguma coisa que ficou no passado que infelizmente não se recupera. Avançamos com o tempo,muitos perdões foram pedidos, mas por mais que eles sejam perdoados a sensação de quem cometeu os de desatinos é que nada disso passa, que a sensação do peso não é retirado e nem atenuado.
Hoje me sinto como um ser esgotado, um ser que tem consciência que jogou fora momentos que deveriam se melhor aproveitados, porém, pelo menos serviu-me de lição para o meu presente no sentido de que não devo mais me desgastar com discussões, ficar me importando com coisas menores, insignificantes do dia a dia, que minha tolerância em todos sentidos da vida seja uma prática cotidiana.
Pois sei que todos os roupantes no passado refletem em mim agora negativamente.