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O DIA EM QUE EU FIQUEI CEGO= EC
Daraya entrou no quarto que dividia com outro hospede na modesta hospedaria onde costumava se hospedar quando estava naquela cidade.
Era um lugar tranquilo, comida boa, cama confortável, chuveiro quente. Que mais podia querer um modesto caixeiro- viajante que ganhava a vida vendendo bugigangas?
Naquela manhã, o Ernani, seu companheiro de quarto, era um rapaz alegre e conversador que despertou-lhe à primeira vista muita simpatia.
Conversavam animados sobre vários assuntos quando, de repente, ele fitou-o com expressão assustada e lhe perguntou:
--O que você tem nos olhos?
— Eu? Nada. Nunca tive qualquer problema de vista.
Instintivamente levou a mão aos olhos e no momento seguinte tudo escureceu a sua volta.
Assustado procurou, tateando, chegar até a cama no que foi ajudado pelo companheiro que lhe dizia para ter calma.
Calma! Como podia ficar calmo se acabava de perder a vista?
Em desespero, Daraya não conseguia coordenar seus pensamentos. Como aquilo foi acontecer? Que fazer agora?
Esfregava, piscava, fechava e arregalava os olhos e nada. Tudo a sua volta era escuro e ele enfiou a cabeça embaixo do travesseiro para dar vazão ao seu desespero
O outro procurava animá-lo falando de fé, de coragem de superação, mas ele não lhe dava atenção. Só imaginava como seria sua vida agora.
Não seria a primeira criatura a sobreviver com tal deficiência, mas esta constatação não lhe servia de consolo.
Ernani procurava animá-lo:
—Não sei por que tanto desespero, afinal, nada lhe aconteceu.
Daraya voltou-se, então, pronto a “fuzilar” o companheiro, mas quando abriu os olhos, viu tudo claramente a sua volta e só caiu em si quando Ernani estendeu-lhe uma entrada de teatro:
-- Vá ver-me no teatro logo mais a noite. Eu sou o ilusionista, Você vai ver quanta coisa maravilhosa eu faço.
O primeiro ímpeto do Daraya foi trucidar o brincalhão, mas acabou achando graça.
Felizmente fora apenas uma demonstração da habilidade do companheiro, uma brincadeira de mau gosto.
--- Vou vê-lo, sim, mas garanto que não vai conseguir enganar-me com suas bruxarias.
Ernani deu uma gargalhada:
— Veremos!
Este texto faz parte do Exercício Criativo - O Dia em que Fiquei Cego
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/odiaemquefiqueicego.htm.
O DIA EM QUE EU FIQUEI CEGO= EC
Daraya entrou no quarto que dividia com outro hospede na modesta hospedaria onde costumava se hospedar quando estava naquela cidade.
Era um lugar tranquilo, comida boa, cama confortável, chuveiro quente. Que mais podia querer um modesto caixeiro- viajante que ganhava a vida vendendo bugigangas?
Naquela manhã, o Ernani, seu companheiro de quarto, era um rapaz alegre e conversador que despertou-lhe à primeira vista muita simpatia.
Conversavam animados sobre vários assuntos quando, de repente, ele fitou-o com expressão assustada e lhe perguntou:
--O que você tem nos olhos?
— Eu? Nada. Nunca tive qualquer problema de vista.
Instintivamente levou a mão aos olhos e no momento seguinte tudo escureceu a sua volta.
Assustado procurou, tateando, chegar até a cama no que foi ajudado pelo companheiro que lhe dizia para ter calma.
Calma! Como podia ficar calmo se acabava de perder a vista?
Em desespero, Daraya não conseguia coordenar seus pensamentos. Como aquilo foi acontecer? Que fazer agora?
Esfregava, piscava, fechava e arregalava os olhos e nada. Tudo a sua volta era escuro e ele enfiou a cabeça embaixo do travesseiro para dar vazão ao seu desespero
O outro procurava animá-lo falando de fé, de coragem de superação, mas ele não lhe dava atenção. Só imaginava como seria sua vida agora.
Não seria a primeira criatura a sobreviver com tal deficiência, mas esta constatação não lhe servia de consolo.
Ernani procurava animá-lo:
—Não sei por que tanto desespero, afinal, nada lhe aconteceu.
Daraya voltou-se, então, pronto a “fuzilar” o companheiro, mas quando abriu os olhos, viu tudo claramente a sua volta e só caiu em si quando Ernani estendeu-lhe uma entrada de teatro:
-- Vá ver-me no teatro logo mais a noite. Eu sou o ilusionista, Você vai ver quanta coisa maravilhosa eu faço.
O primeiro ímpeto do Daraya foi trucidar o brincalhão, mas acabou achando graça.
Felizmente fora apenas uma demonstração da habilidade do companheiro, uma brincadeira de mau gosto.
--- Vou vê-lo, sim, mas garanto que não vai conseguir enganar-me com suas bruxarias.
Ernani deu uma gargalhada:
— Veremos!
Este texto faz parte do Exercício Criativo - O Dia em que Fiquei Cego
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