Mesmo Assim não Devemos Acreditar.

Naquele tempo, corria o ano de 1986, nosso lema maior era nos mantermos vivos. É. Isso já era uma vitória no fim da tarde, quando, mesmo sem banho, comíamos algo esquecido e, mesmo sem banhos, desmaiávamos nas camas. Ninguém nunca soube o que era aquilo, aquelas medalhas, aqueles cartazes, aqueles kichutes que hoje não fabricam mais. Nossa alimentação básica era goiaba, manga, amora, cajamanga e ameixas amarelas (nem sei o que era aquilo, sei que nunca mais vi). Ali não havia o dia seguinte. Era o agora digladiando com o agora! E cá estamos, e lá estaremos...

Lembro-me como se fosse anteontem do último inverno, um inverno que mais pareceu um inferno. Não pelo que disse Aliester Crowlei ou Willian Blake, nada dessas besteiras, muito menos pelos sete a um da Alemanha, o frio, a seca, a corrupção, que nada!, que porra!... Nunca me esquecerei do último inverno quando percebi e me vi livre, fora da 'Caverna de Platão", e que as coisas não eram nada, absolutamente nada daquilo que eu pensava!

Nada mais espero do que sinceridade. Falsidade hoje em dia, naturalmente, costumo usar como saco de vômito!

No tempo em que moramos em Franca sempre havia um maconheiro ao lado. Maconheiro pode ser considerado um termo pejorativo, pois os imbecis costumam confundir maconheiros com todos os tipos de criminosos. Bom, sempre havia algum habitante na residência vizinha que fumava ervas. Naquele tempo a gente, digo a gente os caras que moravam numa república abaratada, e não agentes do FBI, KGB ou coisa parecida, universotários, vivíamos à mingua, tanto que o miojo (que até hoje como sob vários pratos), se tornou nosso alimento de astronauta... Mas acho melhor encerrar o assunto por aqui...

Malditos cigarros! Por que em vez de tributá-los ao absurdo, postar montagens em suas traseiras, montagens de mortimbundos, não cessam de vez sua produção? (A partir de hoje é hediondo e veementemente proibido vender ou cultivar cigarros! São mortais, quando não, desanimadores – pena de morte). Seria o medo dos empresários do ramo, que tomam champagne com o sangue dos mortos e financiam os políticos ou o medo da traficância que imperaria como uma nova chaga?

Tem mais, aproveitando o ensejo, jamais vote em político e nem compre em comércio que extravasa no volume de seu marketing em carros de som! Existem crianças que precisam dormir, doentes que precisam de cura e idosos que exigem respeito por tudo o que viveram! Não vote e nem compre em quem perturba o sossego alheio para vender seu pão, conquistar aos berros seu voto e ficar no meio!

Fico imaginando quando minha filha tiver uns cinquenta anos e eu em outro plano, por acaso pegar algo 'do papai' pra ler e dizer baixinho: 'é, papai era doido mesmo!"...

Ninguém deu nada a ninguém! Estamos aqui e isto basta! Amém!

Somos plantas de uma Terra, um Planeta água, filhos do 'big bang'.

Já tive uns tênis brancos, daqueles duros da antiga, extinta ou sei lá o que, 'Dharma'. Não sei se aquilo era um 'karma', era uma fôrma de um calçado pálido... e sempre sujava... Tínhamos que lavá-los toda semana... Era tempo de carnaval...

As mulheres da atualidade costumam imaginar que os homens sempre querem apenas comê-las, como camelos e camelas, mas não, existem alguns que prefeririam amá-las!

É bom para a alma ter amigos que gostam do que escrevemos... Nem de infância, nem ideologicamente ou de colégio, aqueles de transpiração, mas não, aqueles amigos que o são pelo que tu és na mais pura essência... Mesmo assim não devemos acreditar nem neles!

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 04/06/2015
Código do texto: T5266033
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