O coqueiro do Lavrado
Dos símbolos da Velha Serrana, era o mais altaneiro. Sua silhueta isolada no horizonte montanhoso ao pôr-do-sol chegava a ser venerada em versiprosa por aquela gente de suas raízes tão orgulhosa.
Chegavam a fazer predições - e as atribuí-las aos ancestrais mais - que quando o coqueiro se fosse algo de grave ia acontecer à urbe. Se não à orbe.
Contudo, e cantado, que era bonito, plástico e elegante não havia como negar. Muito coração apaixonado foi lá buscar esperança e inspiração. Sombra, ele dava pouca, mas de magia era de deixar muita mente louca. Loucamente?
Que idade teria, teria sido plantado, nascido natural, em meio àquele lavrado de pedregulho e terra ruim, piçarrenta? Quem sabia, já entre os de então não vivia. Ou se escondia, e na certa bem prá lá do coqueiro do Lavrado.
Até que um dia, um raio o partiu. Ninguém viu. Sumiram da cidade os trens. Mas a cidade já de muito estava descarilhada. Dormente, mais nada.