Um conto em dez atos - Segundo Ato

Não sei bem como começa a escrever isso, a única coisa que eu posso dizer é que às vezes a vida é engraçada de mais...

Às vezes eu me imagino em lugares nunca visto por ninguém, normalmente eu iria sozinho para todos esses lugares, mas dessa vez foi estranho, era noite e eu estava cantando, parecia alegre, mas por dentro eu estava sangrando, o que será dessa vez? Não me lembro da musica, sei que havia várias pessoas, mesas brancas com rosas vermelhas e gente de social, não me definia de maneira alguma aquele clima, mais uma vez a “turma” estava lá comigo, eu começava a achar que tenho amigos de verdade, a diversão é uma coisa engraçada, quando se esta feliz procurasse coisas para se divertir e quando se está triste, procurasse coisas para divertir a sua própria tristeza. Eu não sabia onde estava exatamente, mas senti que conhecia mais pessoas que o de costume o dia inteira na minha mente estava vazio, era como se eu estivesse em coma por 20 anos e só agora acordasse não tinha como não rir por dentro em saber que por um momento a vida seria uma surpresa.

Eu sorri e olhei a minha volta todos dançavam em sincronia então eu percebi que era um aniversário, eu odeio aniversários, nada a comentar. A dança sincronizada parou e todos se sentaram eu não sabia quem era a aniversariante, até vê-la, baixinha, linda, olhos grandes e brilhantes novamente, acho que isso tá virando algo mais, tenho que reparar o quanto antes, vestido preto liso, alças finas, nada parecida com uma princesa devia ser a aniversariante mais bugada que eu já vi, mas nenhuma das outras meninas lindas que estavam ali se comparava, lembro-me de descer do mini palco improvisado e convida-la para uma dança, todos observavam a coragem, sua pele era macia, era pequena com o quadril largo, excitante, seria, arrogante, nada era e tudo a definia. Não saberia usar as palavras como nunca sei, ela falou alguma coisa me lembro de sorrir de leve.

Logo, logo a festa perdeu o rumo social e todos pulavam e gritavam ao som freneticamente alto, no meu canto eu tomava um liquido branco que ardia e esquentava todo o meu corpo por dentro, um gosto tão familiar quanto à luz do sol batendo em minha pele em uma manhã quente. Os meu olhos procuravam no escuro entre as pessoas, me peguei pensando e me senti obrigado a fechar os olhos, mas como se o meu desespero a chamasse pra perto, vem, vamos compartilha uma dose e nos perder na loucura de ser sozinho eu queria evitar, queria mesmo, mas no quase claro do meu canto algo me chamou atenção, um vestido preto transparente e que ninguém notaria a noite... Engraçado, o que eu ganho se for me embriagar com você? Eu te mostro a tua cor favorita.

Claro que isso não seria nenhum motivo para perder o rumo e ficar parcialmente feliz com o álcool correndo pelas minha veias o que mais me interessou foi o fato dela saber a minha cor favorita. Eu já deveria ter percebido que aquilo era só um sonho, mas queria saber mais, dose vai, dose vem e mais sorrisos, eu sorrindo de verdade em uma só noite, realmente era um sonho, então por que não aproveitar? Quer dançar comigo? Essas palavras não saíram do meu eu sóbrio, eu sorrir... Como você sabe qual a minha cor favorita? Um sorriso do rosto oposto, eu sei de muitas coisas, segue a minha mão, do meio das costas até aqueles furinhos um pouco acima da bunda, isso era legal, descendo mais senti a calcinha com bordas rendadas, sabe a minha calcinha, ela é verde grama. Sorri alto, quem estivesse perto ouviria mesmo com o som estrondando, eu cheguei pertinho das orelha dela e falei... Eu sei!!! Como? Jamais ia dizer que tinha visto mais cedo enquanto ela tentava alcançar uma latinha que estava em cima do muro, subi as minhas mãos bem devagar e por infelicidade/felicidade do destino eu acordei e a única coisa que eu conseguia pensar era: eu preciso parar de sonhar. Não dava pra lembrar tudo...

Duan Lêdson
Enviado por Duan Lêdson em 29/04/2015
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