E a vida continua

Tão formosa era Rita, olhos amendoados, cabelos negros lisos ondulados, branca como uma cera, de coração simples vivia para ajudar os necessitados, trabalhava na enfermaria da UTI. Seu cheiro era de rosas brancas que acabaram de desabrochar, quando ela se aproximava era certo de que um belo sorriso viria junto com suas brancas e delicadas mãos a nos acalentar, a primeira vez que abri os olhos avistei Rita de Cássia conversando com um homem alto de bigode branco que aparentava ser o médico chefe daquela UTI, a doce Rita me iluminou com uma luz inexplicável que me dava ânimo e prazer de estar ali apesar das dores na costela e na perna direita, em uma manhã naquele hospital a jovem enfermeira me deu um beijo na testa que acalmou a dor que sentia na cabeça, talvez pela pancada que levei. Queria saber o que houve comigo, onde estava minha esposa e filhos, por que ninguém veio me visitar depois de semanas deitado naquela cama, ao mesmo tempo a presença de Rita me deixava com uma vontade irresistível de continuar ali esperando as próximas horas para ela entrar em meu quarto, queria falar mas não conseguia apenas olhava fixamente nos olhos daquela linda paisagem que era Rita.
Naquele mesmo dia consegui me levantar da cama e percebi que não estava encostando meus pés no chão, entrei por alguns corredores e avistei minha esposa e meus dois filhos abraçados chorando, com um outro doutor os consolando, tentei chamar meus filhos, gritar mas ninguém me ouvia.
Foi quando as mãos de Rita se apoiaram nos meus ombros e sorriu dizendo:
- Chegou a sua hora querido. Assim como um dia chegou a minha, nunca é tarde para recomeçar. Sua vida começa agora.
Olhei para trás e vi um imensa luz no final de um túnel que se aproximava, chorando entrei no quarto no qual estava meu corpo deitado e só ouvia o apito dos aparelhos desligados pela minha falta de oxigênio. Fechei os olhos...
Abri ao deixar cair uma lágrima. Avistei um lindo jardim de margaridas e uma voz como de um trovão:
-Seja bem vindo filho, aqui começa sua nova jornada.
Foi então que reparei, eu avia morrido. Estava em outro lugar e Rita segurou em minha mão dizendo:
- Cuidei de você enquanto estava adoecido, depois do seu acidente de carro. Hoje Ricardo, você esta curado das dores do corpo físico. Aqui você aprenderá e terá a certeza de uma coisa, que a vida continua...
Felipe Beckmann
Enviado por Felipe Beckmann em 28/04/2015
Reeditado em 28/04/2015
Código do texto: T5222834
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