761-PAPAI NOEL CONSULTA UM MÉDICO - Bom Humor
Papai Noel sentia que não estava bem de saúde: cansaço constante, irritação, sono pouco e sonhos horríveis. Além de tudo, estava engordando muito, nos últimos tempos. Por isso resolveu fazer uma consulta médica.
Procurou um famoso clinico geral, daqueles acostumados a lidar com as ziquiziras dos idosos, coisa que os especialistas modernos não têm mais paciência em fazer.
— Opa, quanta honra! Papai Noel no meu consultório!
Apertando a mão do velhinho que suava dentro da sua roupa vermelha, acolchoada de peles, foi perguntando:
— Então, o que o traz aqui?
— Ah, doutor, não me sinto bem não. Minhas pernas estão sempre pedindo uma cadeira, não tenho resistência para caminhadas, sinto falta de ar. Um horror.
— Espera aí, vamos por partes. Primeiro vamos medir sua pressão.
Aplica o aparelho ao redor do braço e observa o ponteiro do aparelho subir e baixar, subir e baixar.
— Dezoito por quinze! Mas a pressão está muito alta!
Papai |Noel começa a ficar mais vermelho ainda.
— Não precisa ficar ansioso! Vamos ver o coração.
Com o estetoscópio, ausculta o órgão motor.
— Acelerado! O que o senhor sente?
— Fico muito nervoso no trânsito. Sinto ansiedade por qualquer motivo. Não durmo bem. Tenho sonhos ruins. Não tenho disposição para exercícios, nem mesmo para uma boa caminhada.
— O senhor está muito estressado. Coisa da modernidade. E a alimentação, como está?
— O doutor sabe como é, quase não tenho tempo para parar e comer uma boa refeição. Principalmente no fim de ano. Muito serviço. Muita preocupação. Como muito sanduiche, sorvete, sou doido por milk-shakes. Tomo muita Coca Cola, o senhor sabe... me fornecem de graça...
— Vai mal. Seus sintomas são todos causados por excesso de ingestão de açucares e outros produtos prejudiciais à saúde, contido nos refrigerantes em geral.
— O que o doutor me recomenda?
— O senhor, Papai Noel, vai ter de parar de tomar Coca Cola.
— Mas... não! NÃO! Como vou viver sem a Coca Cola?
E teve um colapso.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte, 13 de dezembro de 2012
Conto # 761 da Série 1.OOO HISTÓRIAS