747-O EXILADO DE KAPLAN-1o. cap. - Ficção Científica

Capítulo 1 - Viajantes do Universo

Sou um ser extraterrestre proscrito neste pequenino, insignificante planeta chamado Terra pelos seus habitantes. Não vem aqui o caso de minha identidade como habitante de um sistema de astros e estrelas situado há milhares de anos-luz da Terra. Tive, nesta existência terrena, diversos nomes, conforme o local e a era em que me situei. No meu astro, sou conhecido por uma combinação de sinais, que corresponderiam a MOAN-5378, na rudimentar escrita Zingan usada pelo povo que habita o local onde construímos as pirâmides.

Meu astro de origem tem um nome impronunciável pelos habitantes deste planeta. Na linguagem dos Zinganes soa como Kaplan. Ficamos conhecidos como Altans, pois quando chegamos, éramos chamados de go-ed-altan ou seja, os que vieram das estrelas.

Devo observar, inicialmente, que estarei usando as mesmas unidades de tempo e espaço usuais neste planeta, embora não tenham nenhuma correspondência com os sistemas de registros (alfabeto, números, calendário, distâncias, etc) da civilização à qual pertenço. Só assim estas informações, gravadas no micro-gravador de imagens e sons serão compreensíveis aos habitantes deste planeta que um dia a elas tiverem acesso.

Fui deixado para trás, quando nossas naves abandonaram este planeta, há alguns centenas de séculos. Aqui viemos numa missão científica: instalar pontos de comunicação com a civilização da qual sou o único representante neste longínquo astro, situado na borda da Via Láctea. Aparentemente, foi um ato de justiça, pois naquela época rebelei-me contra uma única diretriz, das muitas a que estávamos sujeitos.

Embora nossa constituição física seja quase idêntica à dos habitantes da Terra, nossa genética é completamente diferente, seres biônicos que somos. Nosso corpo físico é uma síntese do reino animal, associados a capacidades características dos vegetais e sofisticados sistemas eletrônicos, capazes de absorver qualquer tipo de energia e transformá-la para nosso proveito através de um metabolismo simbiótico complicado e completamente diferente de tudo o que a ciência dos humanos puder descobrir ou aperfeiçoar. Em virtude de tal evolução, nossa existência, como indivíduos, é quase eterna, visto que a dimensão TEMPO, para nossa civilização, está relacionada a física quântica que será parcialmente estudada pelos terrenos a partir do século 21, conforme sua contagem de tempo.

Entretanto, nossa psique e nosso lado emocional é tal qual a de qualquer homem ou mulher da Terra, e idêntico a de diversas civilizações em todo o Universo. Raciocínio, inteligência, pensamento lógico... Emoções, sentimentos, tudo igual aos humanos. Em toda a gama de sentimentos, do amor ao ódio, somos iguais, universais. Contudo, nossa paranormalidade é muito mais estudada e avançada do que a dos terrenos.

Sou um exilado na Terra porque agi contra o nosso regulamento básico: jamais manifestar qualquer tipo de sentimento com relação aos terráqueos e NUNCA deles nos aproximarmos (ou de qualquer outro ser de outras civilizações) com intenções sentimentais. Ou seja: jamais fazer amizade, revelar o lado emocional e, sobretudo, jamais AMAR outro ser diferente de nossa espécie. Tudo muito compreensível e necessário para levar a bom termo nossa missão, onde quer que aportemos , já que nossas naves de pesquisa navegam por todo o Universo.

Foi então que caí em desgraça. Enamorei-me de uma filha de um importante homem, que governava a região onde estávamos construindo as pirâmides, ao lado de um lago enorme, mais parecendo um mar interno, conhecido como lago Saa-har.

ANTONIO ROQUE GOBBO

Belo Horizonte, 15.09.2012

Conto # 747 da Série 1.OOO HISTÓRIAS

Acompanhe os contos desta série:

Relação dos contos desta série –

1º. Cap. – # 747 – Viajantes do Universo

2º. Cap. – # 889 – As Pirâmides de Zagan

3º. Cap. - # 890. –A civilização de Al-tlan

4º. Cap. - # 751 – Zênia e o Infiniedro

5º. Cap. - # 891 – Desistindo do Amor

6º. Cap. - # 753 – Vórtice Trans-espacial

7º. Cap. - # 892 – A Civilização de Sah-har

8º. Cap. - # 760 – Outras Terras, outros Povos

9º. Cap. - # 894 – A Grande Catástrofe.

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 07/04/2015
Código do texto: T5197850
Classificação de conteúdo: seguro