Fogão de lenha
Fumaça branca saindo pela chaminé.
O dia acabou de clarear.
A água está quase fervendo na chaleira de ferro em cima da primeira chapa.
No coador feito de pano, sob a plataforma de madeira com três pernas, estavam quatro colheres do bom café.
O dia começava ao redor do fogão de lenha.
Ali as primeiras conversas, com vozes ainda roucas aconteciam.
A vassourinha para varrer cinza encosta no canto do fogão.
Ao lado a gatinha solitária aquecendo seus pelos.
O café passava pelo coador e ia direto para o bule esmaltado.
“Eta” bule bom! Bule verde!
Fogão de lenha!
O dia todo aquecido, nele fazia-se as quitandas, o almoço e o jantar.
Nas suas labaredas aqueciam-se as canelas de papai e as mãos de toda prole. Assava batatas doces e pinhões no inverno.
Aqueciam-se as conversas, e longas histórias da genealogia familiar eram desenroladas por ali.
Fogão de lenha!
Vermelho e preto devido às queimaduras.
Seu forno temperado a zinco fino servia para enxugar e aquecer as meias molhadas .
Ele ia engolindo madeira e trazendo alegrias para a família inteira.
Fogão de lenha!
É isso aí!
Acácio Nunes