MEU PAU: Pequena Biografia de um Garoto de Programa - Parte II
II
No dia 23 de julho de 2003 eu estava em um dessas noites que eu não sabia o que queria e fui ao The Pub. Acho que havia 107 pessoas ao redor de uma fumaça cinza que pairava no meio da pista. Sentei-me em uma cadeira alta na lateral do balcão, a dois metros de onde duas meninas bebiam vodka e conversavam.
Acotovelei-me no balcão e pedi uma caipirinha. Uma das moças deu a volta e se aproximou de mim, não a reconheci até que me estendeu a mão. Era Lara. Antiga hostess daquele bar, mas que, consoante me informou na hora, encontrara outra profissão, mais legal e mais lucrativa.
A outra moça era uma delícia. Vestia uma camiseta de Rimbaud. Media mais ou menos 1,65cm, era magra, peitos grandes e tinha uma boca enorme, parecia querer engolir o Mundo. Lara nos apresentou:
- Priscila, esse é o meu amigo Jest; Jest, essa é a minha amiga Priscila.
Cumprimentamo-nos e Priscila acrescentou que o nome dela em latim significava "Venerável". Pensei em lhe dizer que venerável mesmo seria o meu caralho naquela boca enorme, mas achei melhor ficar quieto.
Já aquela época eu sacava que, diferente dos homens, mais visuais, as mulheres são mais auditivas, e a estratégia para conquistá-las era deixá-las falar e concordar. E enquanto elas falavam sobre tudo e eu evidentemente concordava, enfileirávamos caipirinha, vodka e algumas doses de tequila. A nuvem de fumaça acinzentada ocupava a pista e já havia engolido o palco. Então decidimos que deveríamos ir embora.
Levantei fazendo menção de que eu iria pagar a conta, mas fizeram questão de rachar. Eu pago; rebateu Priscila. Que tinha uma porrada de cartões de notas de dinheiro da carteira. Era mais ou menos 3 horas da manhã.
Uma garoa entrecortava as raias de luzes despejadas pelas lâmpadas dos postes e fazia frio. Expliquei a elas que morava a 4 quadras, e elas disseram que queriam ir a minha casa. Respondi que morava em um beco, que a minha casa parecia a Caverna do Platão. Mas Priscila Venerável falou que não fazia mal. Em 15 minutos estávamos no meu quarto. Na Caverna do Platão.
Priscila se jogou na cama de bruços. E enquanto Lara, sem qualquer cerimônia, mexia na minha estante de livros, eu, parado em frente à porta, disse-lhes que precisava tomar banho. Nós também; emendou Lara. Repliquei que se quisessem eu poderia deixá-las ir primeiro, mas então ela se atirou em mim. “Vamos juntos bebezão”. Meu pau latejou. Disse-me aquilo arregaçando um sorriso e me empurrando pra debaixo do chuveiro.
De repente a silhueta de Priscila já se inscrevia na penumbra do banho e as duas se lambiam e se beijavam a minha frente. Era o céu. Brinquei que não se engolissem. “Vamos engolir é o teu pau bebezão”; disse-me Priscila que pus de joelhos.
Ela deslizou a língua pelas extremidades, depois prendi sua cabeça, segurando-a pelos cabelos, entre as duas mãos e, a fim de conferir toda a capacidade daquela boca magnífica, segurei-a firme, e empurrei meu pau, a cabecinha, metade, inteiro, queixo-no-meu-saco, até que ela hesitasse. Primeiro se babou delícia, depois seu rosto ficou vermelho, crispado, salpicado, os olhos que me fitavam se encheram de lindas lágrimas de engulho, e quando regurgitou pela terceira vez eu a soltei.
Fomos pra cama, molhados, mas alguém bateu na porta às 4 horas da manhã.
Continua...
Primeira parte:
http://www.recantodasletras.com.br/biografias/5184939