Atrás da porta
Naquele dia ela parecia inquieta...Não parava por nada!
Parecia querer,desejar algo.Parecia sedenta.Insaciável!
Fui até a casa dela a noitinha.Queria saber o que estava acontecendo.Como eu já era da casa, nem toquei a campainha.Abri o portão e fui entrando.O coração bateu acelerado quando ouvi sons de gemidos.Parei.Não sabia mais se ia embora, ou se batia na porta.Como a curiosidade falou mais alto.Emudeci.Colei meu ouvido à porta e fixei em seus gemidos:
-Ahnn...Ahnn...Ahnn...Ai!Delicia!Delicia!
Nisso o carteiro chegou, a me ver ali falou alto:
-Correspondência para Solange.Você pode assinar?
Constrangida por ter sido pega com o ouvido colado na porta, eu falei meio que gaguejando:
-Posso sim!Dá aqui que entrego.
O carteiro sorriu e foi embora, imaginando “coisas’ e eu fiquei ali com cara de “tacho”.Para completar meu constrangimento, a porta se abriu e Solange apareceu.
-Oi!Faz tempo que você está aí?
-Ah!Acabei de chegar.Estou atrapalhando alguma coisa?
-Como assim?Entre.você nunca precisou bater, nem anunciar.
Entrei.E, ao entrar, olhei ao redor.Sobre a mesinha da sala, havia uma caixinha de cotonetes e um deles estava usado.Ao ver meu olhar pousado sobre eles Solange logo me diz:
-Menina!Estava limpando o ouvido e sentia uma coceirinha tão gostosa que quem ouvisse poderia até imaginar besteiras.....Kkkkk!