Foram tantas as emoções naquele fim de tarde fria e chuvosa que Laura, já acomodada na direção do seu carro, rumo à sua casa, dirigia e tentava digerir os acontecimentos daquela tarde. Algumas vezes se pegava sorrindo sem mesmo saber o porquê. No primeiro cruzamento da movimentada avenida, parou no semáforo e enquanto esperava o sinal verde para seguir, distraidamente olhou para o banco do carona, onde, juntamente com sua bolsa e seu material de trabalho, havia um livro.
Sorriu novamente e ai descobriu o motivo deste e dos outros sorrisos de ainda há pouco. Lembrou-se dele, Gustavo, cinquentão, grisalho, voz sedutora e dentes perfeitos que emolduravam um lindo sorriso, o mais lindo que ela já tinha visto. Assustou-se com o som da buzina do carro que estava atrás dela e, assim, voltou à realidade e concentrou-se no trânsito caótico das sextas-feiras, na hora do rush.
Seguiu para casa e não pensou mais no assunto, na verdade, pensou sim, pensou que provavelmente passaria a noite trabalhando naquele material que trazia consigo. Laura trabalhava na redação de um jornal famoso da cidade e estava voltando de um coquetel de lançamento de livro de um escritor renomado, com muitos livros publicados mas esse último era sua autobiografia e o tema levou muitos leitores, na grande maioria formada por mulheres, àquela grande livraria, tanto era o interesse pela sua história de vida.
Laura, assim que chegou em casa, tomou um banho e foi para o computador editar o material da entrevista para a redação. Ficou lá por muito tempo, sem se dar conta das horas, e quando finalizou-o deu-se por satisfeita, sorriu e o enviou, desconectando-se em seguida. Pensou em ir para a cama, pois já era tarde, estava cansada e aquela chuvinha fina e contínua a ajudaria a relaxar. Foi exatamente o que fez, mas não antes de passar pela cozinha e preparar um gostoso e quentinho chá de vanilla.
Já fazia algum tempo que havia se deitado mas virava de lá para cá e o sono não vinha. Estranhou aquela sensação de incômodo, de ansiedade que não passou nem com o efeito do chá. Acendeu, então, a luz do abajur e na mesinha viu o livro que havia comprado no evento daquela tarde. Lembrou-se do sorriso que Gustavo lhe deu quando ela se apresentou e estendeu-lhe o livro para que ele o autografasse. Foi tão contagiante que pareceu penetrar-lhe n’alma. Ficou olhando para ele, paralisada, e enquanto ele escrevia seu celular tocou e ela, instintivamente, saiu da fila para atendê-lo e assim que terminou a ligação tentou novamente retornar à mesa mas o tumulto era muito grande que ela preferiu aguardar a sua vez, pacientemente. Nesse interim, algumas pessoas conhecidas foram falar com ela e aquele frenesi passou até que sentiu alguém tocar-lhe o ombro. Foi com surpresa que virou-se e seus olhos encontraram-se com os de Gustavo. Ele também sorria com os olhos, pensou, e passado aquele momento de impacto, ele entregou-lhe o livro dizendo tê-lo autografado e guardado para ela, ao que ela agradeceu a gentileza e aproveitando a oportunidade solicitou a entrevista, pedido este que foi prontamente atendido.
Laura, saindo do estado de devaneio, ainda sem sono, resolveu que começaria naquele momento a ler o livro e abriu-o na primeira página, começando a leitura pela mensagem autografada pelo escritor. Leu e releu a frase para ter certeza de não ter perdido nenhuma palavra. Estava escrito: Laura, Se você viu o começo, vai descobrir no meio o caminho para se chegar no final. Nem sempre um ponto final significa o fim, pode ser o começo de um novo parágrafo. Até lá. Um abraço. Gustavo M.
Laura não era muito boa em decifrar enigmas e já estava amanhecendo quando ela decidiu que não queimaria seus neurônios em mais tentativas. Ficou pensando em pontos finais e veio à sua memória a lembrança de Alfredo, seu ex-noivo, e em como foi difícil superar a sua perda. Adormeceu, vencida pelo sono.
O fim de semana poderia ser perfeito se não fosse a curiosidade de Laura em querer decifrar o enigma do livro. Resolveu, então, que leria o livro de Gustavo para, pelo menos, conhecer a sua história de vida.
Era uma história interessante e cada capítulo prendia-lhe a atenção de tal forma que lhe era impossível resistir à leitura do próximo. Até que ela chegou na metade do livro e alguma coisa a fez parar para pensar. Instintivamente ela voltou à primeira página do livro, onde havia a mensagem autografada, e a releu. Pensou mais um pouco, fechou os olhos por um momento e automaticamente foi para a última página do livro. Eureca! Na contra capa havia outra mensagem: Laura, Preciso de você para começar um novo parágrafo. Ligue para mim. 21 9978....
Decifrado o enigma do livro, Laura entendeu que um ponto final pode, sim, ser o começo de um novo parágrafo. E ela foi conferir in loco...
Sorriu novamente e ai descobriu o motivo deste e dos outros sorrisos de ainda há pouco. Lembrou-se dele, Gustavo, cinquentão, grisalho, voz sedutora e dentes perfeitos que emolduravam um lindo sorriso, o mais lindo que ela já tinha visto. Assustou-se com o som da buzina do carro que estava atrás dela e, assim, voltou à realidade e concentrou-se no trânsito caótico das sextas-feiras, na hora do rush.
Seguiu para casa e não pensou mais no assunto, na verdade, pensou sim, pensou que provavelmente passaria a noite trabalhando naquele material que trazia consigo. Laura trabalhava na redação de um jornal famoso da cidade e estava voltando de um coquetel de lançamento de livro de um escritor renomado, com muitos livros publicados mas esse último era sua autobiografia e o tema levou muitos leitores, na grande maioria formada por mulheres, àquela grande livraria, tanto era o interesse pela sua história de vida.
Laura, assim que chegou em casa, tomou um banho e foi para o computador editar o material da entrevista para a redação. Ficou lá por muito tempo, sem se dar conta das horas, e quando finalizou-o deu-se por satisfeita, sorriu e o enviou, desconectando-se em seguida. Pensou em ir para a cama, pois já era tarde, estava cansada e aquela chuvinha fina e contínua a ajudaria a relaxar. Foi exatamente o que fez, mas não antes de passar pela cozinha e preparar um gostoso e quentinho chá de vanilla.
Já fazia algum tempo que havia se deitado mas virava de lá para cá e o sono não vinha. Estranhou aquela sensação de incômodo, de ansiedade que não passou nem com o efeito do chá. Acendeu, então, a luz do abajur e na mesinha viu o livro que havia comprado no evento daquela tarde. Lembrou-se do sorriso que Gustavo lhe deu quando ela se apresentou e estendeu-lhe o livro para que ele o autografasse. Foi tão contagiante que pareceu penetrar-lhe n’alma. Ficou olhando para ele, paralisada, e enquanto ele escrevia seu celular tocou e ela, instintivamente, saiu da fila para atendê-lo e assim que terminou a ligação tentou novamente retornar à mesa mas o tumulto era muito grande que ela preferiu aguardar a sua vez, pacientemente. Nesse interim, algumas pessoas conhecidas foram falar com ela e aquele frenesi passou até que sentiu alguém tocar-lhe o ombro. Foi com surpresa que virou-se e seus olhos encontraram-se com os de Gustavo. Ele também sorria com os olhos, pensou, e passado aquele momento de impacto, ele entregou-lhe o livro dizendo tê-lo autografado e guardado para ela, ao que ela agradeceu a gentileza e aproveitando a oportunidade solicitou a entrevista, pedido este que foi prontamente atendido.
Laura, saindo do estado de devaneio, ainda sem sono, resolveu que começaria naquele momento a ler o livro e abriu-o na primeira página, começando a leitura pela mensagem autografada pelo escritor. Leu e releu a frase para ter certeza de não ter perdido nenhuma palavra. Estava escrito: Laura, Se você viu o começo, vai descobrir no meio o caminho para se chegar no final. Nem sempre um ponto final significa o fim, pode ser o começo de um novo parágrafo. Até lá. Um abraço. Gustavo M.
Laura não era muito boa em decifrar enigmas e já estava amanhecendo quando ela decidiu que não queimaria seus neurônios em mais tentativas. Ficou pensando em pontos finais e veio à sua memória a lembrança de Alfredo, seu ex-noivo, e em como foi difícil superar a sua perda. Adormeceu, vencida pelo sono.
O fim de semana poderia ser perfeito se não fosse a curiosidade de Laura em querer decifrar o enigma do livro. Resolveu, então, que leria o livro de Gustavo para, pelo menos, conhecer a sua história de vida.
Era uma história interessante e cada capítulo prendia-lhe a atenção de tal forma que lhe era impossível resistir à leitura do próximo. Até que ela chegou na metade do livro e alguma coisa a fez parar para pensar. Instintivamente ela voltou à primeira página do livro, onde havia a mensagem autografada, e a releu. Pensou mais um pouco, fechou os olhos por um momento e automaticamente foi para a última página do livro. Eureca! Na contra capa havia outra mensagem: Laura, Preciso de você para começar um novo parágrafo. Ligue para mim. 21 9978....
Decifrado o enigma do livro, Laura entendeu que um ponto final pode, sim, ser o começo de um novo parágrafo. E ela foi conferir in loco...
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