Cap11

E EU DIGO =EC

 

 
Aconteceu uma coisa maravilhosa comigo.Estou apaixonado!

É isso mesmo que vocês leram, pois, talvez não lembrem de que por baixo de meus andrajos há um homem como todos os outros com alegrias, tristezas, dores, sonhos...

Por que não?

E sendo assim nada mais natural do que ter um coração capaz de amar. Há tantos amores impossíveis por ai, por que eu não poderia ter um?

Eu estava sentado na calçada, num dia de sol escaldante quando Ela passou, sorriu para mim e estendeu-me uma garrafinha de agua gelada.

— Você deve estar com sede, não?

Peguei a garrafinha, agradeci com o coração aos pulos.Que moca linda! E além de linda bondosa. Sua voz tinha uma entonação maravilhosa que me levou a imaginar se seria ela uma mulher ou um Anjo.

Não me lembro de nunca alguém se incomodar se estou com sede, muito menos me oferecer um presente tão gostoso1.

Nos dias seguintes, andando pelas ruas procurei  ansiosamente revê-la, mas não a encontrei mais.

E ela passou a ocupar todos meus pensamentos, protagonizar todos meus devaneios.

Um tal de Bom Senso que só serve para atrapalhar me advertiu:

 
Calma Alma Minha!

Não está vendo que ela não é para seu bico?

Mas eu neguei-me a ouvi-lo. Queria aquela mulher. Sabia que ela nunca seria minha, mas nada podia impedir-me de deseja-la.

Gostaria de lhe dar um presente. Retribuir sua gentileza, e foi então que tive a ideia de escrever uma poesia para ela.

Arranquei uma folha de meu caderno e escrevi com minha letra garranchenta:


 
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Você me deu agua gelada
Para aliviar -me o calor
Eu não posso dar-lhe nada
A não ser o meu amor.

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Mas este amor lhe ofereço
Nestes versos desalinhados
Afetos, eu sei, não têm preço.
Não podem ser avaliados.

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Bem sei que merece mais
Do que um infeliz sem teto
Não poderia jamais
Retribuir o meu afeto.

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Me desculpe a ousadia
De atrever-me a lhe querer
Sou um pária sem valia
Que se acabou sem morrer



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Quisera um dia saber
Que você está feliz
Com alguém a lhe querer
Tanto quanto eu lhe quis


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Guardei o papel meio amassado no bolso e aguardei o momento de reencontrá-la para lhe dar, mas nunca mais a vi.

E o chato do Bom Senso continua me azucrinando:
" Calminha!
Você Tem Muito que Aprender"
 
 
 
 
Este texto faz parte do Exercício Criativo -
E Eu Digo: Calma Alma Minha, Calminha! Você Tem Muito que Aprender.
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Maith
Enviado por Maith em 23/02/2015
Reeditado em 03/03/2015
Código do texto: T5147163
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