Não Falo Com Porra De Viado...
Andou de um lado para o outro da rua,de longe cruzava o olhar com com algumas prostitutas,suas rivais.Desputavam o ponto e as vezes se agrediam para roubar a atenção do cliente.
Entre elas a única que parecia gostar de Karina,uma pequena de 25 anos,tinha uma cicatriz na face esquerda,feita por uma navalha,quando bateu em uma das putas,por ciúmes de um tal de Caco,que apenas explorava as duas e vivia tirando o pouco que elas ganhavam nas noites áridas da cidade.Solene Maria
que se chamava no meio,MaryLene,Vivia em um duplex com o pequeno Pedro,fruto de um descuido.O pai sumiu no mundo e ela não teve coragem para interromper a gestação,como já tinha feito no passado.
Quando com apenas 15 anos engravidou de um colega do colégio.Mesmo fazendo aborto,o pai descobriu e a expulsou de casa.
Era com ela que Karina costumava desabafar os infortúnios da vida,mas MaryLene apesar de sua história sofrida,
sempre tinha uma palavra de apoio para quem quer que fosse.
E quando Pedro fez oito anos a justiça quis tirá-lo de MaryLene e entregá-lo a uma instituição.Muito foi sua luta ,mas ela perdeu! E Pedro se foi.
Com a ausência do filho veio a decadência,vestida de branco,a cocaína passou a lhe fazer companhia.
Karina encontrou a amiga caída no banheiro da boate,seu nariz vermelho de sangue,seu corpo pálido e gélido,ali jazia mais uma vez o que se chamava esperança.Karina ligou para avisar a família sobre o óbito da amiga,do outro lado da linha o pai da moça berrava:
Não tenho,nunca tive filha e não falo com porra de viado!
E batendo o telefone o velho, sentou-se no sofá ligou a TV e continuou assistindo à novela das oito, como se nada houvesse ocorrido.