Karina Kelly

Eram quase meia noite,quando o telefone tocou.Ainda cansada das poucas horas de sono,levantou seu corpo pardo e magro e mergulhou no seu banho de água fria.Vestiu a mesma

saia de borracha da noite anterior,uma blusa preta da mesma cor, pois um perfume barato desses que se compram

em revistas populares.Argolas prateadas(suas favoritas),unhas vermelhas longas(postiças).O cabelo cheio de trancinhas douradas na altura da cintura,cílios,batom,sombras...A maquiagem ficou perfeita!

Fechou o quarto, saiu pelos corredores da pensão onde morava no bairro mais pobre da cidade. Entrou no táxi parado

próximo ao portão e fez sinal para que o motorista seguisse. Chegou na boate,dançou com os clientes,bebeu deu atenção,escutou a mesma conversa durante horas e suportou o cheiro de cigarro e bebida dos solitários de plantão.Entrou no quarto para dá prazer e levou porrada,saiu ferida, ensangüentada.Porque ninguém quer ouvir a verdade e Karina Kelly,chamava-se João Carlos dos Anjos.