PINHEIRA BAIXA.

Alto da Serra, época de chuva, vento frio e rasteiro norteavam o clima onde fincava estância de seu Pedro.

Ao lado da ponte de madeira, coberta com terra, sobre o riacho que tinha sua nascente lá na mina da capoeira de manda-saia e jatobá, vivia uma pinheira baixa e cheia de vida.

Os capins altos rodeavam seu tronco reforçado e cheio de espinhos e nos galhos voltados para o alto. As pinhas imponentes guardavam com segurança os pinhões que em breve despencariam até ao chão.

Dinho, com sua pressa sempre latente, com um bambu já seco e comprido, chuchava as pinhas robustas para que despencassem lá do alto os pinhões fresquinhos.

Os pinhões graúdos e de cor meio abóbora se espalhavam em meio ao capim alto que forrava o pé da araucária.

O menino levado colhia os pinhões, colocando-os dentro do embornal de pano, costurado pela sua mãe, enchendo-o até à boca.

Depois de algumas horas, eram pinhões cozidos e quentinhos sendo degustados por todos da querência que tinha o nome de Ponte Alta.

Os anos passaram, a araucária sumiu com a modernidade, Dinho só tem a lembrança, seu Pedro foi morar com Deus, o sítio tornou-se uma invernada e a residência deixou somente o sinal no terreno vazio.

Belos tempos, velhos dias!

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 17/02/2015
Código do texto: T5139985
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