PINHEIRA BAIXA.
Alto da Serra, época de chuva, vento frio e rasteiro norteavam o clima onde fincava estância de seu Pedro.
Ao lado da ponte de madeira, coberta com terra, sobre o riacho que tinha sua nascente lá na mina da capoeira de manda-saia e jatobá, vivia uma pinheira baixa e cheia de vida.
Os capins altos rodeavam seu tronco reforçado e cheio de espinhos e nos galhos voltados para o alto. As pinhas imponentes guardavam com segurança os pinhões que em breve despencariam até ao chão.
Dinho, com sua pressa sempre latente, com um bambu já seco e comprido, chuchava as pinhas robustas para que despencassem lá do alto os pinhões fresquinhos.
Os pinhões graúdos e de cor meio abóbora se espalhavam em meio ao capim alto que forrava o pé da araucária.
O menino levado colhia os pinhões, colocando-os dentro do embornal de pano, costurado pela sua mãe, enchendo-o até à boca.
Depois de algumas horas, eram pinhões cozidos e quentinhos sendo degustados por todos da querência que tinha o nome de Ponte Alta.
Os anos passaram, a araucária sumiu com a modernidade, Dinho só tem a lembrança, seu Pedro foi morar com Deus, o sítio tornou-se uma invernada e a residência deixou somente o sinal no terreno vazio.
Belos tempos, velhos dias!
É isso aí!
Acácio Nunes