Os mendigos....
Só o chamam Tomé quando o assunto é Deus, pois que Antonio desconsidera a existência desse Senhor e seu filho...
Bem, vamos encontra-lo muito triste, sentado numa tosca cadeira de sua sala, sua esposa Ana que não lhe dera filhos está no quarto humilde envolta duma febre altíssima e por isso os médicos recomendaram que seria melhor ela estivesse em casa haja vista os recursos estarem esgotados...
É a hora da janta, alguém bate palmas lá fora e Antonio ao abrir a porta se depara com dois mendigos que pedem:
- Senhor, podia arrumar um “tantinho” de comida pra gente que faz dias que não há do que comer!
Lembrando também que há dois dias não come e que há uma panela com feijão e um saco de farinha, convida-os que entrem, pois há dias se sente tão só com Ana doente que é bom ter alguém por perto, mesmo mendigos...
Ao adentrarem, Antonio lhes revela o estado de Ana pedindo silêncio... E o silêncio só foi rompido quando após comerem os dois mendigos pedem para ver Ana e Antonio já no quarto com ambos percebe-lhes os lábios que se mexem, olhos fechados, pacíficos nesse instante... Eles oram...
Antonio não segura a lágrima que rola quando já vão saindo e um dos mendigos lhe agradece pela comida e os dois desejam a Antonio um feliz Natal...
Antonio estranha, pois é ainda setembro, mas despede-os na porta um tanto intrigado... Fecha a porta e se vira assustado vendo Ana se aproximando em passos firmes, semblante sereno e sã... Num repente Antonio abre a porta de novo e vê somente dois belos moços bem trajados na rua, ambos se viram e acenam em despedida para Antonio...
- São eles! Anjos! É verdade, hoje realmente é Feliz Natal porque Jesus Cristo nasceu em meu coração... Amém!