A Lugar Nenhum
Anoitece, noite sem lua, ventos fortes, frio de sentir nos ossos.
Ninguém nas ruas, só se nota um vulto que anda sem chegar a lugar nenhum. Mal vestido, sentindo o frio da noite, vendo pela frente apenas a escuridão. Levanta a cabeça e vê algumas estrelas. Continua com seus passos firmes e longos, nos pés uma sandália velha que foi de alguém. Com fome, rosto sujo, nas mãos alguns jornais. Continua a andar.
Novamente olha para o céu e fala consigo mesmo, boa noite senhor. Deita-se na calçada, cobre-se com os jornais e espera pelo novo dia, que, como outro qualquer, andará sem chegar a lugar nenhum.