TALVEZ UM DIA
Desde o ano de 1981 que eu pratico com regularidade, a chamada “Corrida de Rua”.
Começamos, eu e mais dois colegas. Porém, pouco tempo depois de nos convencermos àquela prática, eu fiquei sozinho nessa atividade.
Fui melhorando a cada dia e passei a participar de provas em minha cidade – Belo Horizonte – MG e, posteriormente, em outras cidades e na cidade do Rio de Janeiro.
É fato que nunca passei de um mero amador, daqueles que correm para fazer número. Mas isso não importa, afinal, o profissionalismo é mesmo apenas para uma minoria.
Por outro lado, é essa atividade que me ajuda a me manter física e mentalmente sadio, disposto para as exigências do dia a dia.
Certo dia, conversando com outro colega também corredor, disse a ele que admirava a forma como ele se conduz durante a corrida. Ele corre focado e “briga” durante todo o percurso, contra os seus concorrentes diretos. Principalmente ao se aproximar da linha de chegada.
Revelei para ele que eu não sou assim. Normalmente defino o meu ritmo e o mantenho. Quase nunca eu entro em disputa direta com alguém que está ao meu lado ou à minha frente.
Então ele me respondeu: ___ A questão, Rafa, é que você ainda não se “batizou” na corrida!
Respondi-lhe que ele tinha razão.
Despedimo-nos, ele saiu para treinar e eu, refletindo sobre o que ele me disse, segui o caminho até a minha casa.
A verdade é que, dentro desse contexto, até hoje eu não me “batizei” na corrida.
Quem sabe um dia!