Bomba, bambo?

Trindade sentia-se um cara normal, sem vícios ou virtudes em excesso. Reconhecia-se pouco dotado em matéria de genitália, mas nada que o impedisse de superar uma ou outra falha. Namorou muita moça e, quando julgou a hora certa, casou-se com Berta, bonita, carinhosa - e isberta!

Ia indo bem o relacionamento do casal até que Berta começou a engordar - sinal de que a felicidade estava por chegar. Só que a fortuna, dessa vez, não quis com eles cooperar: era uma falsa gravidez, coisa que segundo os médicos acontece de quando em vez.

O chato para Trindade foi a chateação dos amigos, colegas e até desconhecidos: passaram a caçoar dele, chamando-o de Zé Bombinha. Ele, moço direito e religioso aguentou aquilo como pode, ora reclamando, ora ignorando, ora chorando, ora orando, e a vida ia andando.

Até que um belo dia, justamente depois de sua saída da igreja, onde havia se confessado, o padre escuta forte estampido, sinal de tiro bem dado. Ao correr ao adro pra ver o que havia sucedido, o vigário flagrou um Trindade exaltado, mas vingado:

-Sô Padre, fui eu. Aguentei tudo quanto foi humilhação, mas ser chamado para encher pneu de bicicleta, esse danado, eu tive que tirar ele da reta!

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 17/01/2015
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