584-NO AEROPORTO DE CONFINS- Crônica

1º. Da série Cenas de Meu Cotidiano-

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26.12.09 – No Aeroporto: confusão ou distinção.

Vou ao Aeroporto de Confins acompanhando Maurício, Susan e Laurinha, que partem de volta a St. Louis, depois de passarem o Natal conosco.

Comigo estão Enny, Anselmo, Fabíola, Denise, Laís e Clarinha. Depois do chek-in, dirigimo-nos todos ao segundo pavimento e ficamos alguns minutos, em animada conversa, defronte à porta de embarque. Alguns passageiros já estão entrando para a sala de espera.

Nossa roda é animada, conversamos alegremente. Como de costume, uso meus óculos escuros, modernos, que me dá uma aparência de militar ou de homem importante.

Uma recepcionista ou atendente da porta de embarque deixa seu posto e dirige-se ao nosso grupo. Dirigindo-se a mim, pergunta:

— O senhor vai viajar sozinho? Poderá entrar a qualquer momento...

Todos ficamos surpresos e Maurício informa que os passageiros são ele, a esposa e a filha.

A moça se afasta, de volta ao seu posto de trabalho. Desnecessário dizer que fique super-envaidecido com a distinção da moça.

— Parece que só eu tenho pinta de viajante internacional. — Comentei com os familiares.

O fato foi objeto de muitos comentários posteriores, que massagearam o meu ego.

26.12.09 – No Aeroporto: Falta de notícias.

Estamos no Aeroporto de Confins, acompanhando Mauricio, Susan e Laurinha, que partem para St. Louis. São nove e meia de uma manhã ensolarada. Ale de mim e Enny, estão Anselmo, Fabíola e Clarinha, Denise e Lais.

O movimento do aeroporto é tranquilo, poucos vôos e os passageiros parecem desaparecer na vastidão do aeroporto. Uma situação muito diferente da dos anos anteriores, quando os aeroportos entupiram de passageiros, o tempo ruim atrasando os vôos. Então, a TV deitou e rolou, mostrando os aeroportos cheios, os passageiros reclamando de desconfortos e atrasos de cinco, seis horas ou mais.

Ali, defronte o portão de embarque, onde permanecíamos alguns momentos mais em conversa animada, havia uma tranqüilidade notável.

Foi quando se aproximou de nosso grupo uma mulher bem vestida, simpática, com um crachá escrito “Band” o lado superior esquerdo da blusa branca de seda.

— A que horas sai o vôo de vocês? Ela perguntou, exibindo um sorriso forçado.

— Daqui alguns minutos, respondeu Maurício.

— O vôo está atrasado? Ela prossegui.

— Não, de acordo com os avisos na telinha de TV ali em cima, vai sair na hora.

— Faz tempo que você estão esperando?

— Não. Chegamos faz pouco mais de uma hora, fiz o check-in, e estamos papeando.

— Então, boa viagem. Obrigada.

— Obrigado. — respondeu Maurício.

— Que moça curiosa!, Falei, intrigado com o interrogatório da moça.

Maurício explicou:

— É repórter procurando notícias. Viu o crachá na blusa dela? Como parece que tudo está funcionando bem, ela deve estar precisando urgente de algo que não esteja funcionando...

— Está atrás de notícia, concluiu Enny. — Mas hoje parece que está difícil. A coitada corre o risco de nada ter que apresentar no seu programa.

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ANTONIO ROQUE GOBBO

Cronica registrada como conto # 584 na SÉRIE 1.OOO HISTÓRIAS

Belo Horizonte, 6 de janeiro de 2010 -

Antonio Roque Gobbo
Enviado por Antonio Roque Gobbo em 17/12/2014
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T5072398
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