A SALA
Hospkins, o fleumático mordomo, caminhou silenciosamente pelo sombrio corredor da mansão e bateu muito de leve numa porta branca. Ouviu-se uma voz – de sonoridade quase musical – ordenando-lhe que entrasse.
Hospkins girou a maçaneta polida e entrou no amplo aposento, onde lady Rutherford se encontrava diante de um atril, lendo. A anciã ergueu os olhos do livro e olhou com veneranda simpatia seu fiel servidor.
– Desculpe-me, incomodá-la... – disse o mordomo.
– Que foi, Hospkins?
– Um inspetor da Scotland Yard deseja falar com a senhora – informou Hospkins, sem perder sua postura. – Ele está na sala.
A boa senhora ajeitou os óculos de aro de ouro e, encarando o mordomo com ar intrigado, indagou:
– Na sala?! Mas onde fica a sala?