Quando a jovem Rosa, tão inquieta e sonhadora, soube que o poeta Will estava na sua cidade, ela decidiu visitá-lo imediatamente.
Uma senhora simpática, Dona Ana, conduziu Rosa até o ilustre Will.
Will sorridente, vestindo uma camisa amarela, cumprimentou a formosa jovem, oferecendo um modesto banquinho.
Após ela esclarecer que, admirando demais a poesia do querido poeta, gostaria de saber algo sobre a rotina dele, Will falou amigável:
_ Pode indagar, Rosa! Espero não te decepcionar.
_ O senhor acorda que hora?
_ Gosto de despertar antes dos galos cantarem, porque, nesse instante mágico, consigo aproveitar o sopro infinito do Universo, ouvindo a gentil inspiração sussurrar.
_ Adota uma alimentação especial?
_ Evito as carnes vermelhas, dou ênfase às saladas, adoro as frutas e, no final das tardes, não dispenso uma limonada com biscoitos de goma.
_ Interessante! A cor amarela é a sua predileta?
_ Minhas camisas são todas amarelas, isso impede que a vaidade roube o tempo precioso da criação poética.
Rosa não resistiu à idéia de incentivar Will a inovar.
Segundo ela, o majestoso poeta não deveria vestir apenas um tipo de camisa nem evitar os vastos prazeres da culinária.
_ Por que não ampliar o horizonte, poeta Will?
Seduzido pelos sinceros argumentos de Rosa, o poeta topou mudar.
Bastou uma semana para Rosa, durante as visitas diárias, conferir Will exibindo várias camisas coloridas. A jovem decidiu almoçar ao lado do poeta, podendo assim lhe indicar pratos bem apimentados.
Will considerou oportuno definir uma breve pausa nas criações. Trocou as limonadas geladas vespertinas por vinhos, os melhores vinhos, que acompanhavam irresistíveis pastéis. Os biscoitos de goma sumiram.
Um mês depois ele mostrou a Rosa os primeiros poemas que pretendia publicar nessa fase moderna. A aprovação da jovem era fundamental.
Rosa empalideceu lendo os novos versos.
As poesias estavam horríveis.
No dia seguinte, mal amanheceu, ela correu para a casa de Will.
Tocando a campainha, estranhou a demora.
Dona Ana explicou que o poeta nunca mais acordara tão cedo. Agora ele despertava quase na hora do almoço.
_ Hoje ele quer provar um sarapatel no capricho, inaugurando a camisa que comprou ontem.
Escutando aquilo, Rosa percebeu que causou uma enorme tragédia.
* Ela propôs que Will inovasse, porém essa sugestão matou o poeta e fez nascer um preguiçoso, guloso, vaidoso tolo.
O brilhante poeta se transformou num cidadão vazio e ridículo.
O amante das manhãs serenas passou a preferir as roupas vistosas, as comidas gordurosas e a desprezar a doce inspiração do alvorecer.
Rosa começou a chorar desconsolada.
Um abraço!
Uma senhora simpática, Dona Ana, conduziu Rosa até o ilustre Will.
Will sorridente, vestindo uma camisa amarela, cumprimentou a formosa jovem, oferecendo um modesto banquinho.
Após ela esclarecer que, admirando demais a poesia do querido poeta, gostaria de saber algo sobre a rotina dele, Will falou amigável:
_ Pode indagar, Rosa! Espero não te decepcionar.
_ O senhor acorda que hora?
_ Gosto de despertar antes dos galos cantarem, porque, nesse instante mágico, consigo aproveitar o sopro infinito do Universo, ouvindo a gentil inspiração sussurrar.
_ Adota uma alimentação especial?
_ Evito as carnes vermelhas, dou ênfase às saladas, adoro as frutas e, no final das tardes, não dispenso uma limonada com biscoitos de goma.
_ Interessante! A cor amarela é a sua predileta?
_ Minhas camisas são todas amarelas, isso impede que a vaidade roube o tempo precioso da criação poética.
Rosa não resistiu à idéia de incentivar Will a inovar.
Segundo ela, o majestoso poeta não deveria vestir apenas um tipo de camisa nem evitar os vastos prazeres da culinária.
_ Por que não ampliar o horizonte, poeta Will?
Seduzido pelos sinceros argumentos de Rosa, o poeta topou mudar.
Bastou uma semana para Rosa, durante as visitas diárias, conferir Will exibindo várias camisas coloridas. A jovem decidiu almoçar ao lado do poeta, podendo assim lhe indicar pratos bem apimentados.
Will considerou oportuno definir uma breve pausa nas criações. Trocou as limonadas geladas vespertinas por vinhos, os melhores vinhos, que acompanhavam irresistíveis pastéis. Os biscoitos de goma sumiram.
Um mês depois ele mostrou a Rosa os primeiros poemas que pretendia publicar nessa fase moderna. A aprovação da jovem era fundamental.
Rosa empalideceu lendo os novos versos.
As poesias estavam horríveis.
No dia seguinte, mal amanheceu, ela correu para a casa de Will.
Tocando a campainha, estranhou a demora.
Dona Ana explicou que o poeta nunca mais acordara tão cedo. Agora ele despertava quase na hora do almoço.
_ Hoje ele quer provar um sarapatel no capricho, inaugurando a camisa que comprou ontem.
Escutando aquilo, Rosa percebeu que causou uma enorme tragédia.
* Ela propôs que Will inovasse, porém essa sugestão matou o poeta e fez nascer um preguiçoso, guloso, vaidoso tolo.
O brilhante poeta se transformou num cidadão vazio e ridículo.
O amante das manhãs serenas passou a preferir as roupas vistosas, as comidas gordurosas e a desprezar a doce inspiração do alvorecer.
Rosa começou a chorar desconsolada.
Um abraço!