Judhit

Judhit

Andava pela praia, contido em meus pensamentos, quando me deparei com uma garrafa.

Dentro dela tinha um bilhete, não parecia muito velha, era algo recente. Seja como for alguém queria que o bilhete fosse lido e esse alguém era eu.

Olhei contra a luz, queria tentar ler algo sem quebrar a garrafa, mas era impossível. Procurei algo que me auxiliasse a abri-la. Consegui .

Era uma mistura de sensações, a curiosidade é algo que nos domina por completo, virei a garrafa de cabeça para baixo e o pequeno canudo caiu em minha mão. Respirei fundo antes de abrir, desenrolei delicadamente e mantive meus olhos fechados, escutava o barulho das ondas quebrando na costeira e sentia o vento úmido de maresia refrescar meu rosto.

Abri os olhos e li a mensagem atentamente

“ Se está lendo esta mensagem é porque está vivo. Valorize cada minuto de sua vida, seja feliz todos os dias, ouça o mar, o tempo é curto” ass. Judhit.

Quem era Judhit?

Essa pergunta martelou meus pensamentos e meu coração, alguém que eu não conhecia, e que talvez nunca viesse a conhecer, falou ao meu coração com a simplicidade dos grandes poetas. A vida é realmente curta.

Olhei para a lua, tirei minha roupa, caminhei para o mar...

Caminhei até afogar-me...

Sentindo o ar me faltar, deixei que aqueles infinitos segundos me levasse a sensação principal de se estar vivo. Sentir a vida esvair-se ...

Como eu queria ter conhecido Judhit

Teria ela ido embora desse mundo? O quanto teria vivido essa misteriosa mulher? Quantos sorrisos... Quantas lágrimas...

Saio da água.

Sento-me na areia e simplesmente deixo que as lágrimas sigam seu caminho.

Vou viver intensamente...

Te prometo Judhit.