Convivendo com a Ilusão
Bom, tinha que visitar Maria, esta claro, éramos“gente grande” agora.Quando soube que ela devia ir a um banquete, pensei comigo: “Ótimo, vou hoje logo depois do jantar, não a encontro e deixo o cartão”. Mas fui cedo demais.Cheguei, lá estava ela, com seu velho sorriso meigo, seu olhar sereno de sempre, sem dúvidas, era a minha Maria, mas para a minha profunda tristeza, ela não estava sozinha. Ao entrar em sua sala de estar, pude notar que a sua espera, estava um jovem, vestido de boa aparência e com um olhar dominante sobre a minha musa. Percebi imediatamente o que se passava diante de meus olhos. Minha amada correspondia ao seu olhar firmemente, enquanto eu, estático, parado, sentindo uma mistura de ódio, raiva e desgosto. Minha tristeza foi tanta que me pus a sair dali o mais rápido possível.
Os dias, semanas, meses foram se passando e este jovem, com características que me despertavam: raiva, ciúmes e “no fundo” um pouco de inveja, sempre estava ali, junto de minha amada, seguindo seus passos, a acompanhando em festas e eventos notáveis, fato que causava uma profunda mágoa, mágoa essa que me custavam longas horas refletindo em meu quarto. Em um dia após ver minha tão desejada Maria, novamente, próxima a este jovem, volto para casa deprimido pronto para as minhas longas horas de reflexão. Para minha surpresa, encontro, sentado em meu canto favorito o tal jovem, pensei comigo: “É...vai ser uma longa noite...”. Mal entrei em meu quarto e já começamos a discutir. Ele tentava argumentar comigo, lançando a mim os fatos de que a minha amada estava mais feliz quando estava com ele, e coisas do tipo. Após horas de discussão, a raiva já me subia à cabeça, tal raiva que me levou a um ato desesperado, ia à cozinha buscar algum objeto para acabar, da forma mais rápida possível, com aquela “bola de neve de problemas”, achei uma faca.
Não me lembro de mais nada, só me lembro de abrir meus olhos, uma forte luz me cobria, um barulho ensurdecedor me doía os ouvidos, identifiquei que era a sirene da ambulância a qual me levava ao hospital mais próximo.
Maria ao meu lado, desesperada, tentava me explicar o que acontecera:
- Meu amor, por que você fez isso?
- Eu tive que mata-lo. Respondi.
- Mas matar quem? Você se esfaqueou amor
- Esfaqueei-me? Mas como? Ele nunca existiu?
- Não, nunca.