O CHAVEIRO
Quando eu era criança, ganhei um lindo chaveiro, destes de prender na cinta, com um mosquetão e uma argola para colocar chaves.
Fiquei todo feliz, até descobrir que não tinha cinto para colocar o chaveiro. Vestia calças curtas feitas em casa por minha mãe e, segundo ela, criança não usava cintos. Desolado, reclamei com meu irmão mais velho que me emprestou um cinto que ele não queria mais usar.
Pronto, agora já podia exibir meu belo chaveiro! Mas, para minha surpresa, constatei que a calça não tinha presilhas para passar o cinto. E agora? Não podia usar o cinto e nem o chaveiro.
Então, recorri à minha mãe que, pacientemente, arranjou uns retalhos e costurou algumas presilhas no cós da calça. Agora sim! Passei o cinto pelas presilhas, colocando o chaveiro, afivelei bem o cinto e saí todo prosa a exibir com orgulho meu mais novo brinquedo. Mas aí, meu irmão observou que meu chaveiro estava vazio.
Caindo a ficha, conclui que chaveiro servia para colocar chaves. Eu precisava ter uma chave para colocar na argola e ter um chaveiro de verdade. Fui correndo pedir pra minha mãe e ela me deu uma chave de um cadeado velho que não usava mais.
Pendurei a chave na argola e com ela a minha satisfação. Senti-me completo como aquele chaveiro, balançando no ritmo feliz do meu caminhar.
Mas aí então, eu pensei: se a chave serve para abrir e fechar alguma coisa, eu preciso também daquele cadeado. Fui atrás e encontrei o tal cadeado que, por sorte, ainda funcionava e feliz da vida comecei a abri-lo e a fechá-lo, como se abrisse e fechasse a própria imaginação de criança.
Assim, descobri que o cadeado servia para trancar alguma coisa. O que eu poderia trancar? Com alguma criatividade infantil, passei a haste do cadeado por uma presilha da calça e o prendi à argola do chaveiro. Pronto, tranquei o chaveiro! Só que a chave ficou presa junto com a argola do chaveiro e eu não sabia como abrir o cadeado. Fiquei preso junto!
Apelei por socorro a meu irmão que de pronto solucionou o problema: tirou do bolso um lindo canivete e, com sua reluzente lâmina de aço inox, cortou a presilha da calça, soltando o cadeado e em seguida abrindo-o, soltando o chaveiro.
Fiquei pasmado contemplando aquela maravilha! Isso sim é que era um bom brinquedo! É muito melhor do que um reles chaveiro e um cadeado enferrujado.
Corri atrás da minha mãe:
- Mãeeeeeeeê ... eu quero um canivete!
Quando eu era criança, ganhei um lindo chaveiro, destes de prender na cinta, com um mosquetão e uma argola para colocar chaves.
Fiquei todo feliz, até descobrir que não tinha cinto para colocar o chaveiro. Vestia calças curtas feitas em casa por minha mãe e, segundo ela, criança não usava cintos. Desolado, reclamei com meu irmão mais velho que me emprestou um cinto que ele não queria mais usar.
Pronto, agora já podia exibir meu belo chaveiro! Mas, para minha surpresa, constatei que a calça não tinha presilhas para passar o cinto. E agora? Não podia usar o cinto e nem o chaveiro.
Então, recorri à minha mãe que, pacientemente, arranjou uns retalhos e costurou algumas presilhas no cós da calça. Agora sim! Passei o cinto pelas presilhas, colocando o chaveiro, afivelei bem o cinto e saí todo prosa a exibir com orgulho meu mais novo brinquedo. Mas aí, meu irmão observou que meu chaveiro estava vazio.
Caindo a ficha, conclui que chaveiro servia para colocar chaves. Eu precisava ter uma chave para colocar na argola e ter um chaveiro de verdade. Fui correndo pedir pra minha mãe e ela me deu uma chave de um cadeado velho que não usava mais.
Pendurei a chave na argola e com ela a minha satisfação. Senti-me completo como aquele chaveiro, balançando no ritmo feliz do meu caminhar.
Mas aí então, eu pensei: se a chave serve para abrir e fechar alguma coisa, eu preciso também daquele cadeado. Fui atrás e encontrei o tal cadeado que, por sorte, ainda funcionava e feliz da vida comecei a abri-lo e a fechá-lo, como se abrisse e fechasse a própria imaginação de criança.
Assim, descobri que o cadeado servia para trancar alguma coisa. O que eu poderia trancar? Com alguma criatividade infantil, passei a haste do cadeado por uma presilha da calça e o prendi à argola do chaveiro. Pronto, tranquei o chaveiro! Só que a chave ficou presa junto com a argola do chaveiro e eu não sabia como abrir o cadeado. Fiquei preso junto!
Apelei por socorro a meu irmão que de pronto solucionou o problema: tirou do bolso um lindo canivete e, com sua reluzente lâmina de aço inox, cortou a presilha da calça, soltando o cadeado e em seguida abrindo-o, soltando o chaveiro.
Fiquei pasmado contemplando aquela maravilha! Isso sim é que era um bom brinquedo! É muito melhor do que um reles chaveiro e um cadeado enferrujado.
Corri atrás da minha mãe:
- Mãeeeeeeeê ... eu quero um canivete!