Relógio

Tempo que passa é tempo perdido. Não para ele que tinha o tempo nas mãos. Um relógio dourado, redondo e de tempos remotos, talvez do século passado. As mãos calejadas seguravam-no por muitos anos e, desde o início, levei comigo esse pequeno objeto como parte do corpo. Mas já era tarde e o relógio não mais poderia ir mais ao meu caminho. Pobre brilho que não verei mais. Não é o fim dele, mas meu. Morrerei não amargurado, mas com pena de não ter me importado mais com o tempo.

Ricardo Miranda Filho
Enviado por Ricardo Miranda Filho em 25/11/2014
Reeditado em 27/11/2014
Código do texto: T5048199
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