O LAVRADOR GONÇALO.

O LAVRADOR GONÇALO.

Por Honorato Ribeiro.

Gonçalo era um homem que possuía uma pequena terra e dela tirava o seu sustento. Não aprendeu a ler, mas era um homem dedicado à sua família. Casado por muitos anos, pois já tinha mais de cinco filhos na sua união matrimonial. Mas um belo e triste dia, ele chegou cansado da labuta diária da roça e só encontrou os filhos a chorar. Ele perguntou a mais velha. Cadê sua mãe, minha filha? Pai, respondeu ela, uma barca passou aqui e ela fugiu mais o dono dela. O homem mudou-se de repente a colocar as mãos na cabeça e a chorar sem parar. Correu para o barranco do rio São Francisco, e os seus olhos ainda viu distante a lancha que levava seu grande amor. Gonçalo voltou para casa, mas perdeu o sentido. Ficou louco. Perdeu o juízo. Veio para Carinhanha e andava enrolado numa coberta a rezar e a falar com a natureza. Rezava dançando no meio da rua, sol quente, mas a dança dele era uma dança da louca saudade da esposa que lhe traiu e deixou os cinco filhos com o pai. O pai ficou louco e os filhos ficaram na rua da amargura. Muita gente daqui o conheceu e irá lembrar dessa triste história de outro esquizofrênico que sofreu, perdeu a razão pelo amor de uma mulher.

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 18/11/2014
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