À última vista

Com todas as memórias que nossos corpos nos desfez

Em todas as palavras que o nosso silêncio se fez

Entorpecidas de emoções sem nome, nascidas ali

Da vivacidade de nossas vidas pela metade

Do intrometer-se do vento, da luz, do céu e do mundo, no nosso momento

Da audácia da música ecoar

no convite do nosso velório a céu aberto

Da descompostura do povo

O desmontar o cavalheiro

O desamontoar do cavaleiro

Da viuvez de um sonho utópico

Da nostalgia do presente, tão próximo

e fincado no esterno

Da visão infante dos dois perceberes:

O soslaio do inimigo

A rigidez do rival

A permanência de todo

O mundo

Todo

Inventado

em torno

do sentir calado

A finita marca vincada no rosto, que sem riso não podia existir -

Mentira sem do: quem não tinha admirador que morria

Da posição austera e reticente

Da firmeza, dura e convincente

Do

— Eu te amo...

(em segredo.)

Suspirou ao pensar:

Sinto tanto sua falta...

Tenho tanto medo

- sussurrou com seu olhar

— Felicidades!

Na falsidade exagerada

Escondida

na negação dos compatriotas

Da venda ajeitada e soldada

aos Cegos do mundo

Do profano, do expurgo

Vendemos

a mentira que até nós quisemos

negociar a ter!

— Felicidades...

— Que bom revê-la!

Te roubo um sorriso escondido

E o vinco se mostra

Já vejo a resposta

do seu coração

E a minha entrego

na confissão desse pecado

Nas linhas manchadas

do nosso

— Passado

Peter Dahn
Enviado por Peter Dahn em 24/10/2014
Reeditado em 20/07/2016
Código do texto: T5010877
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