MEU HEROI
Meu herói.
Sebastião de Souza Araújo, 65 anos , aposentado.
Levou parte de sua vida a carregar tijolos no lombo, encher massa... para sustentar a família de cinco filhos. Morador da cidade satélite de Santa Maria, Distrito Federal, nunca faltou a um dia de trabalho, nem mesmo quando seu pai faleceu. Pegava dois ônibus pra ir trabalhar e dois para voltar para casa. Saia sempre às cinco horas da manhã, e ficava conversando com os amigos na parada. Geralmente o que conversavam era sobre política, sim por que viviam reclamando do transporte coletivo, da saúde e principalmente da segurança, pois, na hora de ir trabalhar era o momento de muitos assaltos, já reclamava seu Valdir, que tinha sido assaltado na manha de ontem, precisamente às 4hs e 45 da manhã. Seu Sebastião antes de se aposentar pela previdência social, se deu conta que, com o salário que ganhava não ia ter um boa aposentadoria, estava com um bico de papagaio, e na lista de espera, no posto de saúde próximo de sua casa, para tratar. O problema era que demoraria mais dois anos para ser atendido, a demanda nesta área de saúde era enorme e seu numero era o de 5.442. Ainda esperançoso, ele ia trabalhar com dores, pensando que logo passaria esse tempo, e se curaria. Todo o dia reclamava de dor, sua família não tinha condição nem pra comprar-lhe uma dentadura, e o óculos que tanto sonhava. Sua mulher a Belinha, raquítica de pai e mãe, não tivera a sorte do marido, não pode trabalhar por que além de cuidar dos filhos, tinha que tratar de uma inflamação no pe esquerdo, que adquirira antes mesmo do casamento com bastão, modo como ela o chamava.
Nenhum dos filhos se formaram, ou mesmo terminaram o ensino médio, alguns trabalham, mas saíram de casa logo que namoraram. Hoje vive apenas com sua mulher e seu filho de oito anos, que sofre de paraplegia.
Vai a igreja quando dá, e nunca responsabiliza ninguém pela vida que leva, ao contrario de muitos brasileiros, adora o pais em que vive, e não tem muita fé na seleção de futebol.
Estes são os meus super-heróis.