ASSIM SE PASSARAM SEIS MESES

ASSIM SE PASSARAM SEIS MESES

Aquela moça era bonita de rosto, mas seu corpo era um desastre, porque a coitada era tão gorda que parecia que ia explodir a qualquer momento; com aquela abundancia de gordura, a moça vivia triste e solitária, tinha amigas, mas namorado não conseguia e isso é a causa do pior tipo de solidão que amigas não preenchem, por melhores e mais fieis que sejam,

O tempo. que não dá tempo para ninguém, passava e passava e a coitada da obesa Dórica sempre na mesma peleja, fazia todos os regimes malucos que inventavam, mas simplesmente não funcionavam; ela as vezes perdia uns poucos quilos, mas logo em seguida os achava e se tornou uma sanfona ambulante, naquele estica e encolhe e se desesperava.

Naquela cafundó perdido no meio do mundo onde ela vivia, as novidades demoravam a chegar e por isso tudo era mais difícil, mas finalmente a auspiciosa noticia de uma cirurgia, que resolvia os problemas dos fofos chegou até lá, Dórica se alegrou e tratou de tomar as providencias para viajar para a cidade onde as tais cirurgias eram feitas e foi mesmo.

Ficou por lá alguns dias e voltou para casa, mas o emagrecimento é lento e ela não podia se deitar na cama, porque a corpulência ameaçava a estabilidade dos pontos da cirurgia, que podiam arrebentar a qualquer momento, era preciso encontrar um jeito da moça descansar e encontraram quando foram informados que uma viúva idosa, tinha uma poltrona confortável.

Uma pessoa da família foi a casa de dona Antonia e pediu a poltrona emprestada por uns dias e a caridosa senhora prontamente emprestou, todos ficaram felizes, porque a candidata a magra pode enfim dormir, mas os dias passaram e se tornaram meses e no sexto mês, dona Antonia se cansou e mandou vários recados solicitando a devolução de sua poltrona.

Ninguém se mexeu, então a idosa conseguiu o numero do telefone da pessoa que levara a poltrona e telefonou, mas nada resolveu e ela colocou um recado em um site e em seguida a poltrona foi devolvida, mas ninguém se desculpou pelo atraso, ninguém agradeceu pelo favor e ainda se zangaram, foram grosseiros e desrespeitosos.

Mas em tudo se aprende alguma coisa e dona Antonia aprendeu que: não se deve ser caridosa e nunca confiar em ninguém, se for parente ai é pior ainda, porque sua avó sempre dizia: parente morde a gente; depois de viver tanto, dona Antonia agora pensa que precisa se atualizar, reaprender a lidar com o ser humano, porque esses viventes são diferentes.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Nepomuceno Minas Gerais Brasil

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 06/10/2014
Código do texto: T4989050
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