CASAMENTO EM APARECIDA
CASAMENTO EM APARECIDA
A vida é simples, mas o ser humano faz questão de complicar e é por isso que o estresse invadiu o mundo, porque as coisas fáceis não tem graça, para ser bom e bonito tem que ser complicado; quando alguém resolve se casar, as complicações são inevitáveis, mas Nilda caprichou nos arranjos para seu casamento, tinha que ser diferente e muito chic.
Nilda como todas as jovens sonhava com uma cerimônia de casamento diferente, ela não queria seu enlace parecido com o das outras jovens da cidade de Santana dos Ciprestes, pensou, planejou e chegou a conclusão que a diferença seria o local do evento; pronto estava resolvido, seu casamento seria realizado na cidade de Aparecida e tudo ia ser lindo.
Para facilitar as coisas, a família de Renato o noivo morava em Pindamonhangaba e essa cidade fica pertinho de Aparecida, ficando resolvido que a festa após a cerimônia seria lá; o pai da noiva contratou um ônibus para levar a família e alguns amigos de Santana até Pindamonhangaba e todos se movimentaram para preparar tudo para a viagem.
As senhoras cuidavam das encomendas de lindos vestidos nas melhores costureiras da cidade, os homens procuraram os alfaiates para encomendar seus ternos e o lindo vestido da noiva foi encomendado na capital do estado, mas faltava os arranjos para a festa e ai complicou, porque Santinha a mãe da noiva resolveu levar os doces e salgados prontos.
Uma das noras disse: é verão e está muito calor, doces e salgados não vão agüentar essa viagem fechados em caixas, vão se estragar, é melhor pedir a Celeste mãe de Renato para encomendar tudo lá e ai vai dar tudo certo, mas essa opinião não foi aceita e a encomenda dos comes foi feita em Santana dos Ciprestes e as caixas fechadas foram colocadas no bagageiro.
A viagem foi boa, chegaram em Pinda onde se hospedaram e no dia seguinte antes da partida para Aparecida, abriram as tais caixas e os doces estavam melados e derretidos e os salgados estavam podres e mal cheirosos, foi um desastre, porque não tinha tempo para encomendar outros; a teimosa mamãe chorava, a noiva se escabelava e o pai da noiva reclamava do prejuízo.
Foi um desastre completo e ninguém sabia o que fazer, porque além do ônibus cheio de gente que veio de Santana, tinha os convidados da família do noivo e todos precisavam comer depois do casamento, mas Celeste a dona da casa, resolveu transformar o esperado coquetel em um improvisado jantar na base do macarrão, que era de preparo rápido.
E assim foi feito; depois da cerimônia em Aparecida, Celeste correu de volta para Pindamonhangaba e ajudada pela cunhada da noiva, começou a cozinhar paneladas de macarrão e de molho a bolonhesa e serviram a todos acompanhado de litros de vinho tinto, e o casamento que era para ser mais pomposo que os outros, foi uma pobreza.
A nora palpiteira não deixou barato, e disse: viu dona Santinha, eu avisei que o calor ia estragar os doces e salgados e estragou mesmo e o que era para ser um fino coquetel se transformou em uma festa de cantina italiana, só faltou alguém cantar e dançar uma tarantela, foi bom para a senhora aprender a ouvir opiniões de quem sabe o que está falando.
Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}
Nepomuceno Minas Gerais Brasil