NORMA
NORMA
As pessoas quando nascem não mostram o que serão ao crescer, porque criancinhas tem as carinhas vermelhas e bem parecidas, as vezes são bonitinhas e outras vezes bem feiinhas, mas as crianças crescem e mudam de aparência para melhor ou para pior; Norma nasceu normal e não era nada bonita, magrinha, branquinha chegando a ser desbotada.
Durante sua infância ela era uma menina comum, nada diferente das outras e as vezes até um pouco mais feia que suas colegas; era calma, calada e estava sempre no seu canto, mesmo na hora do recreio ela não se misturava, se colocava a sombra de uma mangueira e comia seu lanche em total silencio, mas não participava das brincadeiras com as outras meninas.
O crescimento não ajudava Norma, porque no começo da adolescência ela tinha o rosto cheio de espinhas e era insegura e tímida, quase não falava e as pessoas achavam que ela tinha alguma anormalidade, mas ela era inteligente e suas notas escolares eram ótimas; o tempo foi passando e Norma desabrochou e de repente ela se tornou linda.
As espinhas sumiram, sua pele se tornou aveludada, seus dentes pareciam perolas, seu corpo era bem modelado e seus passos eram elegantes e para completar, seus cabelos eram longos, castanhos e desciam pelas costas em suaves e macias ondas, parecia um milagre aquela transformação e o melhor foi que sua timidez desapareceu e ela se tornou brilhante.
Quando Norma aparecia as demais jovens desapareciam, porque era uma beleza perfeita demais e o povo da cidade de Santa Laura encantados com ela, a apelidaram de Norma Pavão, mas ela detestou o apelido e se zangava quando o ouvia, porque se sentia ofendida ao ser comparada a um pavão macho, pois ela era uma mulher.
Em cidades do interior, os apelidos são normais e se a pessoa se zanga fica pior, porque ai se torna apelidada para sempre; a linda Norma sabia que o pavão é uma ave maravilhosa e que a chamavam assim como um elogio, mas tentou de tudo para se livrar do Pavão e quando não conseguiu, se mudou para uma cidade distante e nunca mais voltou a Santa Laura, continuou linda e se livrou do Pavão.
Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}
Nepomuceno Minas Gerais Brasil