MARIA BORBOLETA

MARIA BORBOLETA

Nasceu linda, muito linda mesmo e em pouco tempo Maria Julieta era a criança mais bonita daquela região; as pessoas paravam na rua quando ela passava e se encantavam com sua pele morena, olhos verdes, cabelos castanhos com um brilho acobreado e seu sorriso brilhava como um fileira de pérolas nacaradas, ela só não era perfeita, porque perfeição não existe.

Maria Julieta crescia, mas sua beleza crescia mais ainda, mas como ninguém pode ter tudo, ela tinha pouca inteligência, era burrinha mesmo; a beleza de Maria Julieta encantava até ela começar a falar, porque só dizia tolices e isso prejudicava e muito, mesmo com toda aquela beleza ela via as moças menos belas namorando, noivando e se casando.

Os namorados que ela arranjava não agüentavam nem um mês a sua conversa tola e vazia e se afastavam; as pessoas diziam: lá vai Maria Julieta linda como um borboleta, pena que não tem cérebro e se tem não funciona, o pior é que o tempo não espera por ninguém e quando chegou aos trinta anos, ela resolveu mudar de comportamento.

E mudou mesmo, da moça linda e boazinha só restou a beleza, porque a bondade se foi e ela passou a ser a pedra no sapato das senhoras casadas, porque ela se jogava para cima de seus maridos e eles não resistiam, porque para casar ela não servia, mas para aventuras extra conjugais servia bem e como ela esvoaçava de um homem para outro se tornou para sempre: Maria Borboleta.

Enquanto sua beleza durou, ela se vingou de todos que a rejeitaram, mas o envelhecimento vem para todos e aos sessenta anos, as rugas apareceram e os cabelos se tingiram de branco, ela ficou só e se fechou em sua casa de onde não saia por nenhum motivo, parecia uma borboleta sem as asas; assim terminou a linda Maria Borboleta, solitária e triste.

Maria Aparecida Felicori {Vó Fia}

Nepomuceno Minas Gerais Brasil

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 30/09/2014
Código do texto: T4981932
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